sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A volta para São Paulo: a Obra

Meses depois da minha separação recebi um convite de trabalho em São Paulo e decidi mudar. Tinha um mês para preparar a volta. O apartamento onde eu iria morar precisava de uma bela reforma...
Chamei dois empreiteiros, pedi os orçamentos, peguei referências, escolhi um deles e comecei a rezar para a obra não atrasar... Enquanto eles destruíam a cozinha e o banheiro e tiravam o piso do quarto e o armário embutido, eu ia nas casas de material de construção encomendar encanamento, piso, azulejo, fio, tudo...
Esbocei uma planta do apartamento inteiro, pois a casa onde eu morava era, literalmente, cinco vezes maior que o apartamento, sem contar a área externa. Eu ia ter que “zipar” tudo... móveis, louças, roupas, sapatos, brinquedos, livros...
Enquanto eles trabalhavam na obra em São Paulo, no interior eu media todos os meus móveis e passava as noites brincando de quebra-cabeça para tentar me adequar ao novo espaço.
Depois de duas semanas de obra, resolvi voltar para São Paulo para ver como andava a obra e comprar as coisas que faltavam. Graças a Deus tudo dentro do prazo. Os materiais chegaram, os pedreiros já estavam com o banheiro e a cozinha quase prontos.
Nessa fase, eu precisava comprar armários de cozinha, de banheiro, tinta, torneiras, essas coisas. Como eu não tenho muita habilidade artística, resolvi convidar uma tia que eu adoro para ir comigo e me ajudar a escolher esses detalhes de acabamento.
Logo que chegamos à loja, descobri que os nossos gostos não são exatamente parecidos... Gosto de coisas “modernosas”, ela é mais tradicional. Eu resolvi pintar uma parede da sala de verde... Ela torceu o nariz... Resolvi fazer uma textura, ela fazia mil caras... A situação foi ficando até estranha... Por causa disso, o tempo que eu demorei para escolher as tintas foi o mesmo tempo que eu havia demorado para comprar todo o resto em todos os outros dias... Eu já não agüentava mais ficar naquela loja e acho que ela também não...
Mas como meu tempo era curtíssimo, não podia me dar ao luxo de voltar outro dia. Pensava na logística... A cada vez que vinha para São Paulo, tinha que pedir favor para alguém ficar com as crianças, gastar com estacionamento, depender de outros para poder me hospedar, enfim...
Decidi, então, acabar logo aquelas compras. Fomos para a casa da minha tia, pois eu estava hospedada lá. Meu tio chegou com um pote de sorvete de pistache. Eu e a minha tia comemos um monte... De repente, ela diz: “pelo menos para sorvete temos um gosto parecido”. Isso foi ótimo para aliviar aquele “climinha besta” e caímos na risada. Até hoje ela sempre lembra dessa história quando vou fazer uma visita ou almoçar por lá...

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