sexta-feira, 3 de julho de 2009

Existencialismo de Verônica


Ontem fiquei horas no trânsito... A combinação São Paulo e chuva (um chuvisco que seja) é garantia de trânsito. Eu, depois de vários carros roubados, desisti de ter som no carro. Fico, então, só. No silêncio. Com meus pensamentos.

Como seria a minha vida se não tivesse me separado? Estou fazendo mil coisas. As que eu faria independentemente de qualquer coisa. As que eu gosto, mas não poderia fazer se ainda estivesse com o Tatá. As que eu não gosto, mas tenho que fazer porque não estou com o Tatá. Tudo na vida tem dois lados.

São tantas essas coisas... As crianças, a casa, as duas empregadas, os dois empregos, doutorado, provas, trabalhos, artigos, reuniões, clientes, carro, supermercado... e todas as pessoas do meu mundo. As pessoas do mundo do bem e as pessoas do mundo do mal.

Dessas coisas, gostando ou não, o que está certo e o que está errado? Para que as estou fazendo e onde me levarão?

Passei a metade do caminho pensando nessas coisas. E a outra metade nas coisas que estou deixando de fazer. Essa lista é maior do que a primeira...

Prefiro pensar que tudo tem seu tempo certo... Prefiro pensar que o momento exige que eu faça determinadas coisas primeiro e que essas são etapas necessárias para o que eu realmente farei na minha vida...
Eu sei o que eu quero... E sei também que estou fazendo as coisas certas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

As escolhas que a gente faz


Acho que fico mais chata a cada dia... Não consigo fazer coisas "meia-boca". Ou faço direito ou não faço. Na semana passada tive um desses acontecimentos em que a gente tem que decidir entre fazer direito ou não...
Uma das disciplinas que estou ministrando no MBA é Metodologia de Pesquisa. A idéia é simplesmente orientar os alunos a preparar o trabalho de conclusão de curso, discutindo cada uma das partes do trabalho.
Uma dessas partes é o referencial teórico, onde eles deveriam pegar referências em livros ou artigos acadêmicos para fundamentar suas pesquisas.
Às vezes fico desanimada. Meus alunos são gerentes de empresas grandes, não adolescentes cujos pais financiam sua graduação... Mas, independentemente do nível, a internet torna as coisas tão fáceis, não é mesmo? Fiquei simplesmente chocada com a quantidade de cópias nos trabalhos que eles me entregaram! E não foi um caso isolado, mas metade da sala! Fui colocando um a um no Google e, confirmando minhas suspeitas, encontrei páginas e páginas copiadas. E, além de copiar, nem se dão ao trabalho de usar uma fonte decente. Tinha coisas da Wikipedia!!! Argh!!!!
O que fazer nesse caso? Falam mal do ensino no Brasil e não é para menos! Minhas opções eram: simplesmente fingir que eu não percebi e aprovar todo mundo (o caminho mais fácil) ou devolver todos e mandar refazer (o mais estressante para o professor).
Acho que a maioria dos professores se "cansa" de tentar consertar o mundo e simplesmente teria escolhido a primeira opção, pois entendem que cada aluno é consciente daquilo que faz. Outros tantos teriam simplesmente dado zero para os alunos e pronto.
Mas, não Verônica!!! Resolvi ir pelo caminho mais árduo... Fechei a porta da sala, expliquei que plágio é crime, que pode dar um ano de detenção e multa.
E como, sinceramente, acredito que alguns não tenham feito de má fé, decidi dar a eles uma segunda chance e permiti que eles refizessem os trabalhos e me entregassem novamente depois de duas semanas.
Resultado... Eu trabalho o dobro e não ganho nada a mais por isso (nem dinheiro, nenhum reconhecimento da faculdade e uma péssima avaliação dos alunos). Ao contrário, ainda vou perder uma parte das minhas férias.
Será que isso tudo realmente vale a pena?



sexta-feira, 12 de junho de 2009

Um dia estranho


Sexta-feira, emenda de feriado e dia dos namorados. Isso é dia para trabalhar? Pois é... Metade do escritório não veio... Hoje está tudo muito estranho.
Roupas mudam. Os poucos que vieram estão à paisana. Jeans substituem ternos.
Hábitos cotidianos mudam. A secretária está de fone de ouvido... A música está tão alta que me incomoda mesas além.
Assuntos mudam. As meninas discutem onde acontecem festas de solteiros hoje... Falam sobre fazer compras na José Paulino.
Interesses mudam. Não tenho vontade de ligar para clientes ou executar quaisquer tarefas que costumo fazer com prazer nos outros dias.
Nesse ambiente tão diferente, talvez hoje eu tenha alguma idéia sensacional...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Além de separadas, condenadas ao inferno


Os fatos se sucedem na vida e o cotidiano nos impede de momentos mais reflexivos sobre o sentido das coisas. Até que, de repente, algo aparece na sua frente, obrigando-o a pensar... Pois bem, eu estava pesquisando outras coisas até que entrei no Portal da Família e deparei-me com um texto de São Josemaría Escrivá (www.portaldafamilia.org.br/artigos/artigo085.shtml), fundador do Opus Dei, sobre "A mulher separada e a indissolubilidade do vínculo matrimonial".


Em síntese, o texto reflete a posição da igreja católica sobre o casamento. Haja o que houver, o casal está casado para sempre. Ele diz que "a indissolubilidade do casamento é de lei natural, de direito divino". Um pouco adiante, complementa, dizendo que "reconhecendo muito embora a inevitável dureza de bastantes situações, em não poucos casos, poderiam e deveriam ter sido evitadas - é necessário não dramatizar demasiado". E mais ainda "O que verdadeiramente torna uma pessoa infeliz é essa busca ansiosa de bem-estar". E finaliza dizendo que as situações duras tem a sua graça e um chamado divino para trabalhar a caridade.


Nasci católica e, com tal formação, entendo e efetivamente aceito com resignação alguns fatos difíceis da nossa vida. Não exatamente como posto por São Escrivá (como provação), mas sim como etapas necessárias para o nosso aprimoramento e crescimento espiritual. Neste sentido, embora minha separação não tenha acontecido por minha opção, eu a aceitei. Mas acho que essa resignada aceitação, por si só já basta. Fico muito triste em saber que a "Santa Igreja" me condene ao inferno por ter me separado. E, além disso, ainda queira deixar a minha consciência culpada por que não soube evitar as situações que levaram a isso.


Respeito a Igreja e as Religiões em todas as suas formas e designações. Mas será que não haverá nelas um espaço de maior sensatez, em que uma separação possa ser encarada simplesmente como um fato triste, mas passível de um novo equilíbrio? Acho que eu e o Tatá já nos perdoamos pelos nossos erros (ou quase todos) e desejamos que o outro encontre equilíbrio e felicidade em um novo caminho. Sinceramente, sinto-me mais próxima a Deus pensando desta forma do que frequentanto a Igreja que me condena.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ping-Pong de Criança


De acordo com a sentença do juiz e, principalmente pelo interesse do pai, as crianças ficam um final de semana comigo e outro com o pai. No começo do ano, eu e o Tatá acertamos uma agenda para o ano inteiro, para evitar stress de ambos os lados. Isso tem funcionado muito bem. É muito raro eu ou o Tatá termos que mudar de data.
As crianças aceitam essa situação docilmente, como se fosse a coisa mais natural do mundo (na realidade, para eles, deve ser mesmo). Confesso que isso ainda me causa estranheza. Primeiro por ter que ficar sem eles. E, depois, porque eles ficam indo para lá e para cá o tempo todo, como bolinha de Ping Pong... Boa parte dos amiguinhos deles também é filha de pais separados e acho que esse tipo de vida, quando crescerem e conversarem sobre isso, será considerada normal para eles.
É claro que sempre nos adaptamos aos fatos. Aproveito para tirar o atraso do doutorado, ir no cabeleireiro sem culpa por demorar, passear, dormir, enfim, fazer programas de adulto sem compromisso...
Sei que ficam bem, brincam. Mas, ainda assim,preocupo-me. Preocupo-se se isso faz bem para eles e, no longo prazo, quais serão os reflexos disso no equilíbrio emocional deles. E preocupo-me com que tipo de mensagem estamos passando... Quando estamos com eles, a prioridade é deles. Nossas próprias coisa ficam para depois, para quando estão com o outro. Por um lado, pode ser importante para que percebam a prioridade deles nas nossas vidas, sentirem-se cuidados e amados. Por outro, espero que não se tornem "reizinhos", acostumados a serem prioritários em qualquer situação da vida.
Tento lidar com isso da melhor forma possível... Acho que a vida de mãe separada é assim mesmo... Cheia de dilemas!!!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Volta ao mundo, corporativo


Há 5 anos saí do mundo corporativo. Há dois meses voltei. Minha saída foi planejada. Meu retorno, não. Saí quando meu segundo filho nasceu. Fui morar no interior para viver o sonho de uma família feliz. A saída do mundo corporativo não foi fácil. Adorava o que eu fazia. Estava bem na empresa em que eu trabalhava.

Mas a idéia de poder ter tempo para a família, em um lugar mais calmo, era realmente um objetivo. Fui feliz no interior. Curti muito a minha casa, os meus filhos. Fiz muitos amigos. Mas, meu casamento, que eu achei que ia melhorar, acabou de vez.

O problema não era o meu trabalho, que consumia o meu tempo, mas as nossas incompatibilidades na forma de ver a vida. Acho que nenhum de nós tinha se dado conta disso.

Meu sofrimento foi grande por deixar a minha vida e, sobretudo, a minha casa no interior. Cada pedaço daquele lugar tinha a minha cara e, mais importante, cada canto tinha uma brincadeira de criança. Eu sabia que a minha volta ia significar uma grande distância disso tudo.

O primeiro ano em SP foi caótico. Fui dar aulas na graduação e a conciliação da carga horária com a rotina das crianças foi absurdamente desgastante para mim. Sentia-me exaurida. Não tinha ânimo e nem forças. Apenas o amor aos meus filhos e a preocupação em sobreviver me mantinham em pé.

É claro que as pessoas à volta percebiam. Dar aulas na graduação naquelas circunstâncias era, para mim, um esforço incomensurável. No segundo semestre tive quase 500 alunos na graduação, o que significa ter corrigido 1500 provas e mais vários kilos de trabalhos. Isso tudo era insuportável demais e, quando chegou o final do ano, eu realmente não aguentava mais. Culminou que, depois de tanto esforço, fui demitida. O que foi, por um lado, um grande fracasso e, por outro, um grande alívio.

Tirei férias com meus filhos. Viajei. Brinquei. Aproveitei muito. Em fevereiro, quando as aulas deles recomeçaram, voltei a procurar emprego. Comecei a trabalhar no dia primeiro de abril.

Quase 2 meses. Sinto-me viva novamente. Uma sensação de que pertenço a esse mundo. Não digo que nunca deveria ter saído, pois vivi muitas e muitas experiências. Conheci outras realidades de vida. Mas estou, maravilhosamente de volta. Faço negócios. Atendo grandes clientes, grandes contas.

Esse é o meu mundo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Felicidades de Verônica


Durante a minha fase deprê pós-divórcio, vários amigos e amigas me ajudaram... Uma dessas amigas foi a Antonia. Fazia tempo que não nos víamos e, não me lembro exatamente porque nem como, mas o fato é que acabamos nos encontrado por telefone. Ela me contando da separação dela e eu da minha. As desilusões. As outras dos nossos ex. O sofrimento. As dores.
Falamos de novo algumas vezes no telefone. Mas, na correria da vida, acabamos nos afastando mais uma vez. No final do ano passado, quando eu já tinha voltado para SP, marcamos um jantar. Conversamos muito, relembramos várias fases das nossas vidas. Ela estava bem profissionalmente. E namorando.
E, de novo, a roda da vida vai girando e ficamos mais um tempo sem nos falar. Até que, há cerca de um mês, encontrei um amigo comum num evento. Conversamos e ele acabou me perguntando sobre a Antonia. Resolvi ligar para ela, mas como o celular não atendia, resolvi entrar no Orkut para pegar o e-mail. Qual não foi o meu espanto quando, ao invés da foto dela, apareceu uma enorme barriga!!!
Meu Deus, que surpresa!!! Fiquei super-feliz!!! Mandei um e-mail e ela me mandou os telefones novos. A vida dela mudou radicalmente... Voltou para SP, moudou de emprego, casou e está grávida!!! Tudo em mais ou menos 6 meses... Ontem, de novo, ficamos horas no telefone!!! Estou super-feliz por ela!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dia das mães (em retrospectiva)


Na semana passada teve festa de dia das mães na escolinha. Eu já nem me iludo mais. Sei que vou me emocionar e chorar, como todos os anos. Nesse ano não poderia ser diferente... As escolas inovam cada vez mais, supreendem a cada ano.
São mais ou menos 60 alunos no segundo ano. A apresentação começou com a galerinha toda cantando duas músicas. Depois recitaram um poema longo (impressionante para a idade deles) e, para mim, o ápice da apresentação foi quando esses pequenos anjos tocaram, na flauta, uma parte da nona sinfonia de Beethoven. Minha filhinha estava divinamente compenetrada. Foi lindo demais. Outras apresentações se seguiram, mas nada foi tão emocionante.
Um pouco mais tarde foi a apresentação do meu filho de 4 anos... Uma personalidade totalmente diferente. Cantou a primeira música inteira, a segunda pela metade e, na terceira, partes da música e o refrão, acho que já pensando em continuar brincando com os amiguinhos de classe...
Engraçado como as personalidades mudam nessas situações. Minha filha, que geralmente é mais fechada e tímida, nessas apresentações sente-se totalmente segura e dona de si. Ao contrário, meu filho, que normalmente é solto e desinibido, mostra sinais de desconforto com a exposição no palco.
É uma pena que essa ênfase nas artes, tão importante e presente nos primeiros anos da educação infantil, perca-se nos anos que se seguem e que acabemos tendo uma educação tão tecnicista... É como se nos censurassem a manifestação da sensibilidade da alma... E, com isso, talvez um dos caminhos possíveis para um mundo mais humano.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um momento de reverência a Deus


Quem acompanhou minha vida nesses dois anos sabe o quanto eu sofri, o quanto eu chorei, o quanto eu me desesperei...
E, na minha intimidade, só eu sei o quanto oscilei entre as mais desesperadas súplicas a Deus para que me amparasse e os momentos de maior descrença de que Ele realmente pudesse existir e interferir na realidade.
Hoje quero apenas agradecer a Deus por tudo o que está acontecendo agora. Por todas as experiências vividas recentemente. Pelos meus filhos e pelas pessoas maravilhosas em minha vida.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Músicas que grudam no cérebro


Sempre fiquei intrigada do porque algumas vezes ficamos o dia inteira com uma música na cabeça... Não sou nada musical, raramente ouço música, seja rádio, CD, DVD ou o que for... Não por algum motivo específico, simplesmente talvez não tenha o hábito.
Há cerca de uns dois meses eu fiquei com uma música da Ivete Sangalo por dias e dias e dias e dias na minha cabeça... Aquela que começa com “meu coração, sem direção, voando só por voar...”. Agora é o Milton Nascimento, com Caçador de Mim. Falando sério, acho que já faz mais de uma semana.
Fico tentando entender se essas músicas que ficam morando na nossa cabeça estão querendo nos dizer alguma coisa. Até procurei a música do Milton na internet e fiquei prestando atenção à letra... Mas o que ele quer dizer com “por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim, doce ou atroz, manso ou feroz, eu caçador de mim?”. Juro que não entendo. Não entendo nem o que ele quer dizer e nem o que isso pode ter a ver comigo.
Sequer sei dizer se ouvi essas músicas recentemente. Também não me lembram ninguém, nenhuma situação, nenhum lugar. Não que desgoste, mas também não estão na minha lista de prediletos... Enfim, decididamente não tem explicação. Mas que é intrigante, isso é!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

2 anos


Na semana passada, minha separação fez aniversário de dois anos e a minha filha fez aniversário de 7. Fiz uma festinha bonitinha e singela, apenas para a família e mais meia dúzia de amiguinhas.
Convidei o Tatá, a Tetê (a namorada dele desde que nos separamos) e a filha dela. Eu achei que jamais seria capaz de aceitá-la, de perdoá-la e muito menos ter algum nível de convivência social, ainda que mínimo.
Até hoje não sei se eles já estavam juntos ou não quando nos separamos. Há dois anos, todos os tipos de vingança sórdida passavam pela minha cabeça. Hoje, olho para trás e vejo o quanto foi bom ter descarregado a raiva apenas no consultório do terapeuta.
Acho que nunca chegaremos a ter algum nível de relacionamento mais próximo, mas vejo que tive grandes ganhos por não reagir erradamente nos piores momentos. Preservei minha dignidade e, permitindo que a raiva desvanecesse com o tempo, mantive a sanidade e a tranqüilidade da minha consciência.
Essa talvez tenha sido uma das maiores aprendizagens da minha separação. Por pior que sejam as coisas, por mais raiva, por mais tristeza, por mais dor, sempre temos que nos controlar e agir da forma mais correta possível. Não que não os tenha xingado em rodas de amigos, mas não pratiquei nenhum ato que pudesse efetivamente prejudicá-los.
Hoje tenho uma convivência distante, mas pacífica, com o Tatá e a Tetê. Se eu tivesse perdido a cabeça provavelmente até hoje estaríamos brigando. E toda a minha vida viraria um eterno inferno.
O mais estranho de tudo foi, depois de baixar as fotos no computador, ver as expressões do Tatá durante a festa. Ele não sorri. Saiu sério em quase todas as fotos. Apesar desses dois anos de separação, ainda o conheço. Percebi que não está feliz.
Fiquei pensando no quanto isso é triste. Ele pediu a separação alegando não estar feliz. Fico triste por perceber que, depois de tudo, parece que ele ainda não encontrou o caminho...Será que um dia seremos (nós, os humanos) maduros a ponto de preserva da maneira certa os nossos ditos amores?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Estranhos encontros


Durante esse final de semana foi aniversário de uma de minhas melhores amigas. Eu estava com a cabeça cheia de alguns problemas e tanto trabalho e resolvi dar uma passada lá no meio da tarde para dar um beijo nela e dar uma espairecida.
Chegando lá, além do marido e dos filhos, estavam também o irmão dela com a esposa e um amigo da mãe dela, o Otávio, que eu já conhecia há tempos, de outras festas. Mas nunca havíamos conversado e, desta vez, por estar sem meus filhos, eu estava mais tranqüila.
Minha amiga mora numa casa gostosa e ficamos todos na varanda conversando, pestiscando e bebericando alguma coisinha. Perguntei para o Otávio o que ele fazia e ele contava mil histórias engraçadas de suas viagens pelo interior. Eu, que geralmente falo bastante, desta vez estava mais para ouvinte.
Não sei em que ponto, no entanto, o rumo da conversa mudou e ele começou a contar para mim a história pessoal da vida dele. Não vou descrever aqui em detalhes, mas resumindo, ele perdeu a esposa e a filha no mesmo ano, ambas de câncer. Disse que durante três anos perdeu o rumo da vida, não sabia mais o que fazer, o que pensar, em que acreditar. Disse que nem se lembra ao certo das coisas que fez nesta época, tamanha era a dor que o consumia.
Lá pelas 6 da tarde, a minha amiga já tinha recebido uns 10 telefonemas e resolveu comemorar o aniversário em um bar. Eu fiquei mais um pouco na casa dela e resolvi ir embora, sem saber se iria para o bar ou não.
Aquela história acabou mexendo comigo. A vida é muito mais sensível do que pensamos e estamos muito mais suscetíveis a esses acontecimentos do que costumamos imaginar. Damos valor a coisas que não valem a pena. Deixamos nos envolver em coisas banais. Sofremos por coisas muito pequenas.
No caminho de casa, lembrei dos problemas dos quais eu estava fugindo quando resolvi ir à casa dela. Não são coisas triviais, envolvem várias pessoas e sentimentos e sei que, dependendo da decisão que eu tomar, muita dor poderá ser causada. A responsabilidade sobre isso falando alto na minha cabeça. Muito alto. A minha dor ou a dor dos outros. De repente, era como se eu tivesse saído de mim e estivesse vendo os meus problemas sob um novo olhar.
Passei o resto da noite pensando nisso... Não tinha a menor vontade de ir ao bar e acabei não indo. A novela mostrando o bebê trocado da Maya e eu pensando que preferia morrer a algo semelhante. Minha cabeça parecia um liquidificador. Processava todos os pensamentos juntos. Fui dormir cansada de tantos pensamentos.
Rezei com uma fé resgatada de muito tempo atrás... Peço a Deus que me dê o discernimento para tomar a melhor decisão.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Noites Vazias


Tenho escrito pouco, pois meus dias estão totalmente atribulados. Durante 3 dias da semana tenho atividades das 8 da manhã às 11 da noite. Fico muito cansada e quase não tenho tido tempo para nada além de trabalho e filhos. Às vezes estou tão cansada que à noite simplesmente deito na cama e durmo. Só às vezes.
Minha cama está vazia. Fria e vazia. Nesses últimos dias, tenho demorado para dormir. Estou sentindo falta de um aconchego, de um colo, de um carinho, de um abraço forte e quente. A sensação de solidão não passa.
Não sei por que a vida é assim. Esta semana faz dois anos que estou separada. Estou bem, calma, tranqüila e equilibrada. Estou melhor do que quando estava casada e a possibilidade de volta, se existiu um dia, agora é zero. Mas nesses últimos dias tenho me sentido melancólica. Uma tristezinha fina, aguda e persistente...
Não sei se existe remédio para isso...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Shopping Terapia


Mas não é só de trabalho que Verônica vive. Resolvi comprar roupas. Acho que no Shopping que costumo freqüentar, quando meu carro passa pela cancela, deve tocar um sininho e acender uma luzinha nas lojas. É a felicidade das vendedoras. Pois bem, na segunda-feira, depois da tal reunião que eu comentei ontem, resolvi mudar um pouco o roteiro e fui para o Shopping Ibirapuera. E estava a fim de comprar. Não sou extremamente consumista. Mas, de vez em quando, resolvo me dar uns presentes.
Às vezes a moda combina exatamente com o nosso estilo. Essa que está agora, cheia de laços e babados, não faz muito o meu tipo. Não gosto de parecer um bolo de festa de criança, cheio de chantili enfeitado. Acho que entrei em mais de dez lojas. Experimentei várias e várias coisas, inclusive os babados. Acabei comprando em cinco lojas, mas os detalhes das blusas são bem discretos.
É estranho ser mulher. Depois de tudo, ainda saí com uma sensação de não ter encontrado exatamente o que eu queria. Eu queria uma blusa rosa e uma amarela. Comprei xadrez, branco, cinza e verde. Rá, rá, rá...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Trabalho... Muito Trabalho


Acho que sempre fui workaholic. Comecei a trabalhar com 17 anos, como estagiária. Em seis meses, fui efetivada. Fiquei um ano e meio no primeiro emprego, mas depois resolvi voar mais alto. Troquei de emprego umas três vezes no começo de carreira. Ficava em média um ano. Depois que as coisas viravam rotina, eu mudava. Eu queria desafios. Queria saber mais. Queria conhecer mais. E assim fui indo. Fiquei cinco anos em cada um dos dois últimos empregos, o que é bastante na minha área.
O Tatá se incomodava com isso. Mas eu tenho uma energia enorme. Faz parte de mim fazer mil coisas ao mesmo tempo. Só sei mexer com coisas que estão mudando. Não consigo ficar estagnada e nem virar mega-especialista em um determinado assunto. Conheço, entendo, aplico, sugiro modificações, vejo novos processos surgirem. Depois tem que aparecer outra coisa. Outro problema para resolver.
Agora comecei tudo de novo. Para variar, estou entrando em outra área, onde não conheço nada. Segunda-feira, no meio do feriado, lá estava eu, fazendo reunião para aprender essa nova área. Às vezes acho que é hora de sossegar. Às vezes dou graças a Deus por ter tanta disposição.
Só o tempo poderá dizer o que vai acontecer.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Medos infundados


Não sei se isso acontece com as outras mulheres que se separam, mas, junto com a tristeza, veio também um medo enorme de não saber fazer as coisas que o Tatá fazia. Com o tempo, como já contei aqui várias histórias, fui dando conta de muitas coisas, como obra, mudança, manutenção da casa, etc, etc.
Mas uma coisa eu ainda não tinha feito: o Imposto de Renda. Antes de casar, eu fazia sozinha, mas não tinha praticamente nenhum bem (só o carro) e também só tinha uma fonte de renda, o que também facilitava a minha vida. Este ano, quando teria que fazer o imposto de renda sozinha novamente, depois de 12 anos, estava tensa. Na verdade, eu estava tensa com esse assunto desde a separação, pois embora seja uma pessoa organizada, mexer com documentos sempre me estressa.
Mas, às vezes acontecem coisas estranhas na vida, que a gente não sabe explicar. Uma dessas coisas foi que, na mudança (em que eu trouxe menos da metade das coisas que tinha na antiga casa), o pessoal colocou no caminhão um arquivo de aço que eu não havia planejado trazer. Pois bem, esse bendito arquivo já salvou a minha vida inúmeras vezes.
Como eu já estava ligada com o assunto do imposto de renda há muito tempo, comprei várias pastas suspensas e fui deixando meus documentos todos organizados ao longo do ano. Eu tinha que separar os bens, declarar a pensão das crianças, enfim, coisas que eu nunca tinha feito antes e não sabia como fazer.
Na sexta-feira, decidi então encarar o Leão. Entrei no site da receita, baixei os dois programas, importei o arquivo do ano anterior, simplesmente deletei os bens que ficaram com o Tatá, inseri as despesas do ano (muitas, por sinal).
Tive então, duas surpresas maravilhosas. A primeira foi que o processo todo não demorou mais do que duas horas. A segunda que eu vou conseguir restituir 90% do imposto que eu paguei!!! Ganhei o dia!!! Fiquei super-feliz!!!

sábado, 11 de abril de 2009

A insanidade do doutorado


Quando se faz mestrado e doutorado, você tem que estar disposto a abrir mão de parte de sua sanidade mental e também de todo o tempo livre de que dispõe, incluindo-se as horas de refeição, as horas de sono e os finais de semana.
Nesse ponto, meu mestrado até que foi tranqüilo, pois eu me permiti tirar um período sabático. Curti muito a fase do mestrado, principalmente o começo. Eu ficava com as crianças de manhã, estudava à tarde e ficava com eles à noite. Às vezes tinha que fazer alguma coisa à noite, mas nos finais de semana quase nunca trabalhava.
Mesmo assim, o Tatá sentia-se incomodado pelo meu mestrado.
Mas eu amo estudar. Acho que não vou parar nunca. E mesmo antes de terminar o mestrado, eu já sabia que queria fazer o doutorado. O Tatá me disse que tomou a decisão de se separar no dia em que eu disse que iria fazer o doutorado. Não que esse tenha sido o motivo principal da nossa separação, mas, com certeza, foi a gota no copo d´água.
Agora, no doutorado, a situação é totalmente diferente. Trabalho o dia inteiro, assisto às aulas do doutorado duas vezes por semana à noite e dou aulas mais uma vez por semana. Resumindo, tenho duas noites livres por semana, que dedico integral e incondicionalmente aos meus filhos. Para dar conta das tarefas do doutorado, tenho que dormir muito pouco. Como conseqüência, todos os finais de semana em que as crianças estão com o Tatá, dedico-me totalmente às tarefas do doutorado.
É claro que isso tudo tem um fim. Em junho acabam minhas aulas e estarei fora de casa à noite apenas uma vez por semana. Escrever a tese, ao contrário do que normalmente se pensa, é muito mais fácil do que passar por essa fase inicial de cursar as disciplinas. Eu estou contando os minutos para o dia em que as disciplinas vão acabar.
Em dias como hoje, em que o sol lá fora está lindo, fico me perguntando por que razão escolhi essa vida. A maior parte dos meus amigos executivos fez uma faculdade e um MBA. E meus amigos acadêmicos não trabalham em empresas o dia todo. Ou seja, as pessoas escolhem um caminho e fazem as coisas dentro desse caminho. Mas Verônica não. Tem que fazer tudo ao mesmo tempo. Às vezes acho que realmente sou insana.
Por tudo isso, odeio tarefas triviais, como fazer supermercado, cuidar de afazeres domésticos em geral, cuidar do carro e coisas a fim. Meu sonho é ganhar na Mega-Sena para nunca mais ter que fazer essas coisas.
Enfim, para que fazer tudo isso? O que eu vou ganhar? Largar o doutorado simplesmente me faria ter uma qualidade de vida infinitamente melhor do que a atual. Teria até um tempo para namorar. Mas, sim, eu tenho um grande propósito com tudo isso. Não vou contar agora. Vou deixar para um outro dia, pois a história é longa.Tenho ainda dois anos de doutorado pela frente. A defesa da minha tese será no mês do meu aniversário de quarenta anos. Vou tentar fazer com que aconteça exatamente no dia do meu aniversário. Vai ser um mega-presente, com direito a uma mega comemoração!!!!!!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sensações estranhas


Por uma contingência que não vem ao caso comentar agora, meus filhos estão dormindo no meu quarto. No geral, isso não é um problema, exceto de manhã, quando tenho que me arrumar para trabalhar. Não posso acender a luz e escolher a roupa, então, às vezes, desastres acontecem.
Hoje resolvi colocar uma blusa que eu adoro. É meio mesclada de roxo e lilás, mas é muito bonita. E combina perfeitamente com o meu sapato roxo. Até aí tudo bem. Mas como eu escolhi a calça meio no escuro, acabei pegando uma grafite, achando que estava pegando uma calça preta, cujo modelo é bem parecido.
Quando me olhei no espelho (da sala), achei que estava tudo bem, mas quando cheguei no escritório, achei a combinação estranha. Passei o dia me sentindo extremamente desconfortável, como se a todo momento alguém olhasse para mim e soubesse exatamente o que eu estava sentindo.
O raio da calça é quase preto e, para falar a verdade, a diferença, tirando os detalhes de bolsos e botões, é provavelmente imperceptível. De qualquer forma, é impressionante que, quando algo não está exatamente da forma como gostaríamos, acabamos nos sentindo mal. Por que será que essa coisa de moda incomoda tanto as mulheres?Enfim, nunca mais uso essa blusa com essa calça!!! E que DEUS abençoe os pretinhos básicos!!!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Duquesa


Nunca tenho tempo para nada. Só sei onde é a locadora mais próxima por causa das crianças. Mesmo que soubesse, não saberia nem o que procurar.
Também raramente vou ao cinema. Até vou sozinha, mas não tem muita graça... mas, há uns tempos atrás fui assistir “A Duquesa”. Um drama romântico. Casamento arranjado, o marido a trai com a Amia e ela acaba por traí-lo também. Tem um filho que é obrigada a deixar com a família do amante, pois seria uma vergonha pública para o seu respeitável marido. No final, o marido fica com ambas e elas convivem bem até o final da vida.
Acho que o autor não tinha a intenção de causar indignação e nem de levantar a bandeira da sujeição da mulher, mas percebi que ao final do filme (no banheiro, é claro), algumas mulheres faziam comentários nesse sentido, talvez por já terem passado por situação de traição ou por terem abdicado de partes de sua vida por seus maridos.
Eu, no entanto, penso diferente. Acho que às vezes criamos regras e complicamos nossas próprias vidas. Por que não podemos compartilhar nossos amores? Por que não podemos simplesmente ser livres e também deixar livres os que amamos? Por que temos que deter a posse de seus corpos e cobrar pelos seus pensamentos? Acho que criamos as raízes do nosso próprio sofrimento.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Domingo na praia


Domingo resolvi ir para o clube de praia com as crianças... Agora já estou bem mais preparada para esses eventos e acho que eles também...Tomamos um café na padaria e fomos para a praia... As crianças foram brincando e se divertindo. Não deram trabalho algum.
O dia estava bonito e eu aproveitei para curtir meus filhos e relaxar. Acho que fiquei umas duas horas construindo um castelo de areia com eles... que, é claro, eles demoraram apenas alguns segundos para destruir. Entrei no mar umas dez vezes... Acho que eles nunca se cansam...
Mesmo tendo comido todas as tranqueiras possíveis (queijinho, milho, 2 sorvetes e peixinho frito), por volta das 15h eles estavam morrendo de fome e decidimos almoçar. Achei que eles não iam comer muito, mas comeram bem a ainda quiseram sobremesa...
As vezes eu olho encantada para eles. Parece incrível que já faz tanto tempo que saíram da minha barriga, que mamavam e que choravam à noite... Agora já escolhem as suas comidas e comem sozinhos, de garfo e faca.
Ainda deu tempo de brincarem no parquinho e na brinquedoteca depois de tomarem banho... Lá pelas 18h resolvi voltar... Os dois entraram no carro e dormiram profundamente.
Como o próximo final de semana é feriado, achei que a estrada estaria vazia. Mas, ledo engano! A estrada não só estava lotada como peguei um enorme congestionamento. Demorei muito mais do que o previsto para chegar... Graças a Deus que eles não acordaram... Quando os coloquei na cama, fiquei admirandoaquelas carinhas lindas e serenas... Crianças são realmente anjinhos, embora às vezes façam as suas traquinagens.

domingo, 5 de abril de 2009

Visual do Blog


Resolvi mudar radicalmente o visual do Blog... Acho que toda mulher adora, de vez em quando, fazer umas mudanças radicais... Na casa, no cabelo, na cor da unhas, nos tipos de roupa, enfim...
Eu resolvi mudar a cor do blog... me disseram que estava muito escuro, muito sério, e sugeriram que eu pintasse de rosa... Acho que até melhorou o astral!!! O que vocês acharam? Esse negócio de design não é nem um pouco a minha cara, mas eu realmente achei que ficou melhor...
Tchau bolinhas...

sábado, 4 de abril de 2009

Mudanças... e mais Mudanças


Agora que minha vida parece estar entrando no eixo novamente, já estou pensando em mudar para um apartamento maior... Isso me lembrou as histórias da mudança para São Paulo. Eu contei em posts anteriores as histórias da reforma, mas não contei as da mudança...
Contratei uma empresa para trazer meus móveis do interior para SP. Acho que eram uns quatro homens. Impressionante como esses caras são fortes. Estão acostumados a carregar peso todos os dias e seus braços são fortíssimos. Um deles era uma escultura da natureza. Negro, mais de dois metros de altura, carregou um arquivo de aço sozinho. Fiquei boquiaberta.
Acho que ele percebeu que eu estava dando umas secadas e começou a se exibir de propósito. Eu estava ajudando aqui e ali enquanto eles embalavam as coisas. Houve um momento em que o fulano levantou os braços para retirar uma prateleira da parede. Sua camiseta subiu e não pude deixar de olhar para aquela região bem marcada, ligeiramente abaixo do umbigo. Fiquei alucinada imaginando o que existiria dali para baixo.
O sem-vergonha continuava se mostrando, trabalhando e fazendo mil poses. E eu inventando coisa para fazer ali, só para continuar admirando. Depois de um certo tempo, ele já me secava descaradamente. Eu já imaginava aquela mão negra e enorme na minha pele branca. Via o suor escorrendo do seu rosto e descendo pelo seu peito...
Achei melhor sair dali, pois a brincadeira já estava ficando perigosa...
No dia seguinte, quando ele foi entregar a mudança e como o apartamento é pequeno, várias vezes passamos a milímetros um do outro. Os outros homens, apesar de estarem na deles, pareciam estar percebendo o clima.
Às vezes acho que sou muito medrosa... Devia ter deixado rolar... Tenho certeza de que seria uma experiência marcante.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Empregadas


Estou possessa. Tenho duas empregadas par apoder ficar tranqüila em relação aos meus filhos. A empregada 1 mora comigo e a outra fica entre 18 e 23h para a primeira poder ir para a escola.
Contratei a segunda há duas semanas. Depois que acertamos tudo, no primeiro dia de trabalho, ela me veio com a bomba: teria que faltar três dias porque já tinha pago uma viagem. Fiquei p... da vida. Por que não avisou antes? Certamente eu não a teria contratado! Mas, como não tinha muito o que fazer, disse que descontaria os dias do salário dela e que não permitiria que isso acontecesse novamente.
Bem, restava arranjar a logística para esses três dias... Pedi para uma tia minha ficar ontem, a empregada 1 falta na escola e fica hoje e eu saio mais cedo amanhã do trabalho.
Pois bem, minha tia ficou doente e não poderia ficar com as crianças ontem. Passei a tarde inteira ligando para casa para avisar a empregada 1 que ela teria que me esperar, mas a belezoca resolveu aproveitar meu primeiro dia de ausência para passear. Às 16h, quando ela finalmente atendeu o telefone, ainda teve a cara-de-pau de me dizer que tinha passado a tarde na casa de uma amiga!!! Será que estavam tomando chá e comendo brioches? Santo Deus!!!
Eu não acredito que essas coisas acontecem!!! Tenho duas empregadas, gasto um dinheiro enorme com elas e na primeira vez que eu viro as costas as madames vão passear!!! Será que se encontrarm no salão e riam de mim enquanto eu trabalhava? Às vezes acho que sou uma otária mesmo!!!Tem dias em que a minha vida é um stress total... E embora eu não tenha mais mágoas e até evite falar sobre o Tatá, nessas ocasiões eu me lembro do quanto é infinitamente mais fácil para os homens. Simplesmente pedem a separação, arrumam as malas e pronto. Em dois anos de separação, nunca tive nenhuma oferta do Tatá para me ajudar em qualquer tipo de situação. Nenhuma. Absolutamente nenhuma!!!

segunda-feira, 30 de março de 2009

O Longo Dia de Verônica


Verônica tem os dias MUITO atribulados... As crianças ficaram com Tatá no final de semana. No sábado até que tive algum tempo para mim, mas domingo trabalhei o dia inteiro... das 8h da manhã até as 8h da noite.

Mas hoje foi pior... não é exagero... vou contar para vocês.

06:00 Acordei, tomei banho e tomei café da manhã
06:45 Saí de casa
07:30 Aula na faculdade
09:00 Saí da faculdade e fui para o cartório autenticar uns documentos
09:30 Já estava no contador, discutindo coisas da empresa
10:00 Saí do contador e passei no hortifruti para comprar frutas para as crianças
10:30 Deixei as compras em casa e fui lavar o carro (fazia meses...)
11:00 Saí com o carro lavado e deixei no posto de gasolina para trocar o óleo (anos...)
11:15 Cheguei em casa e fui fazer a lição de casa com a minha filha
12:00 Almoçamos e fui deixar as crianças na escola
13:00 Na volta, passei para pegar o carro
13:15 Demiti a babá que ficava com as crianças à noite
13:15 Trabalhei sem parar um minuto (e comi uma barra de chocolate)
17:30 Saí para a aula do doutorado (e comi um misto)
18:30 Antes da aula, fiz uma mini-reunião para discutir um projeto em andamento
19:00 Aula do doutorado(e comi um pão-de-batata)
23:00 Cheguei em casa exausta e fui ler meus e-mails, escrever meu post, agendar pagamentos de contas no banco... ah e também conferi o resultado da mega-sena...

Às vezes, quando vejo todas essas coisas (e ainda devo ter esquecido algumas), acho que não vou conseguir dar conta de tudo... Penso nas coisas que ainda tenho que fazer...

Os trabalhos do doutorado que se acumulam sem fim...
Os cuidados com as crianças...
O projeto que vai começar depois de amanhã e vai consumir 40 horas por semana...
O imposto de renda (nightmare)...
A preparação das aulas e a correção das provas e dos trabalhos...
A casa e as babás...
O carro...
As contas...
E cuidar um pouco de mim (no mínimo passar um esmalte)...

O pior de tudo é que é sempre assim... quase todos os dias...

Alguém tem alguma sugestão de um zipador de tarefas, que as tornem menos demoradas?
Alguém tem um delegador de atividades que não tenha um custo?
Será que, no final, tudo isso vai valer a pena?
Afinal, para que serve a vida?

domingo, 29 de março de 2009

Lições que a vida nos ensina...


Hoje perdi uma coisa que nunca tive.

Às vezes colocamos muito esforço na conquista de um objetivo. Embora numa meta profissional, por exemplo, a gente tenha uma tendência a achar que é uma questão racional, a vida nos leva a perceber que qualquer escolha envolve alguma carga emocional.
Quando empreendemos esforço, gastamos energia e geramos esperança. E às vezes essa esperança é tão forte que damos como certa a conquista de tal objetivo.
Mas quando as coisas não acontecem da maneira como planejamos, imaginamos ou trabalhamos para, então temos essas sensações de frustração e perda. A perda de algo que nunca tivemos. Vivemos antes sem essa coisa e continuaremos vivendo.

Nada nesse mundo nos pertence.
Ter isso em mente nos ajuda a amenizar essas perdas.

sábado, 28 de março de 2009

O dia do dilúvio


Terça-feira da semana passada, naquele dia em que São Paulo ficou inundado, eu tinha uma apresentação para fazer às 19h. Quando vi aquele temporal, resolvi sair às 17h, pois, caso contrário, não conseguiria chegar a tempo.
Foi uma decisão quase acertada, pois realmente eu cheguei quase na hora. No entanto, quando estava no meio do caminho, o professor ligou no meu celular, dizendo que provavelmente chegaria por volta das 20h. Confesso que fiquei envaidecida com a ligação... Ele poderia simplesmente ter comunicado a faculdade e pronto. De certa forma, a atitude dele me fez ver o respeito que eu conquistei junto aos meus professores. É pouco provável que eles tenham os celulares de muitos alunos... Fiquei me achando toda importante, como a minha filha fica quando é escolhida para ser ajudante da professora!!!
Mas, voltando à história, ele não conseguiu chegar e acabamos marcando a reposição da aula para ontem. Assim, em plena sexta-feira à noite, lá estava eu, na sala de aula. Acho que isso até faz sentido aos 18-20 anos, mas aos 37 é bem mais árduo... Às sextas, os alunos da graduação geralmente só pensam em sair logo da aula para beber... Agora os entendo...
E eu só pensava no quanto eu estava querendo estar num colo bem quentinho, assistindo um filme e tomando um bom vinho tinto.
Eu adoro meus estudos. Nunca falto e nem deixo de fazer as minhas atividades, mas ontem a aula custou a acabar... A concentração estava baixíssima. Devaneios mil. Mentalmente listei tudo o que eu tenho para fazer no final de semana. Lembrei de infinitas pessoas e fatos. Pensei nos meus pequenos. E o tempo não passava de jeito nenhum. O professor até reparou. Comentou que eu estava distante. Nada mudou. Continuei longe.
E assim, estranhamente, acabou minha semana...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Aquilo que ninguém nos diz...


Esses dias fui visitar uma amiga que eu não via há uns 3 anos, a Ariane. Além dela, também estava a Flora. Ambas são casadas. Antes da separação, diversas vezes havíamos saído os três casais. Essa visita foi algo revelador para mim... Elas não só me contaram o que elas achavam do Tatá como também falaram o que os respectivos maridos comentavam sobre ele.
Fiquei estarrecida. Como sou muito comunicativa, sempre converso com todo mundo e, mesmo em lugares onde conheço poucas pessoas, consigo rapidamente me enturmar. Ao contrário do Tatá, que é fechado, detesta falar sobre si próprio e também não gosta de assuntos triviais masculinos, como futebol, carros e sabe-Deus-mais-lá-o-quê (é melhor não saber).
Pois bem... o que me deixou estarrecida foi o fato de saber que deixei de ser convidada para diversos eventos porque os maridos delas não queriam convidar o Tatá! Resumindo, seu eu não tivesse me separado, provavelmente as nossas amizades teriam se tornado cada vez mais distantes.
A Ariane e a Flora não são quaisquer amigas, são amigas de infância, de mais de 30 anos! Vivemos juntas as histórias das primeiras descobertas, dos primeiros namorados, enfim, tanta coisa que não dá para jogar fora assim!!
Enfim, só depois que nos separamos é que vamos percebendo o quanto fomos deixando nossa própria vida de lado. Abrimos mão de coisas importantes em prol de uma relação que se torna o centro da nossa existência.
Hoje tenho outra cabeça. Entendo que o equilíbrio entre a individualidade (de ambos) e o relacionamento é fundamental. Mas será que vou acabar me esquecendo disso?De qualquer forma, o impacto dessa questão social foi tão grande que o índice de sociabilidade do meu futuro namorado está no topo da lista de requisitos... Pelo menos esse erro eu não quero cometer de novo!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Terapeuta de Verônica


Como quase toda mulher que se separa, depois de um tempo, resolvi fazer terapia. Mas não queria um psicólogo que seguisse uma linha freudiana ou junguiana. Então escolhi um que usa a Gestalt, uma visão mais holística.
Fiquei quase um ano freqüentando a terapia. Era um alívio enorme ir ao consultório e desabafar todos os problemas profissionais, com as crianças, o Tatá, os ficantes, as duas casas para administrar, enfim, milhões de coisas.
A velocidade com que eu falava era enorme. Como se aquela uma hora semanal tivesse que render por 10. O meu terapeuta não falava muito. Geralmente falava nos últimos minutos e algumas vezes fazia alguma pergunta enquanto eu falava.
Não entendo até hoje como a terapia funciona e, para falar a verdade, nem se funciona. Às vezes fico com a sensação de que é apenas um grande desabafo. Não posso dizer que tive algum insight, ou que alguma ficha tenha caído de forma muito nítida. O meu terapeuta fez, sim, o papel da Rosa, a minha grande amiga do interior, com quem eu desabafava antes de mudar para SP.
Eu me dei alta sozinha, pouco antes do Natal. Achei que voltaria depois das férias... Mas já estamos praticamente em abril e eu não tive vontade e nem senti necessidade alguma de voltar.É claro que durante esse período tudo melhorou, mas acho que isso teria acontecido de qualquer maneira... A adaptação a qualquer circunstância é uma questão de tempo. Aliás, o que, nessa vida, não é uma questão de tempo?

domingo, 22 de março de 2009

Donde estás, Francisco?


No sé porque hoy recordé de una pasión que yo tube cuando tenia 17 años. Yo estaba en Estado Unidos por la primera vez y el tambíen. Estudábamos inglés en la misma escuela. Francisco era español e nos quedamos totalmente apasionados. Nunca más lo vi. ¿Será que fue casado? ¿Tiene hijos? ¿Cuál es su profesión?
Pasamos un fin de semana en San Francisco. Me acuerdo de todo, hasta su contraseña del banco... Fuemos con un amigo de el, que era español tambien, y con una japonesa que estudiaba con nosotros. No teníamos mucho dinero para el hotel y nos quedamos todos en el mismo apartamento. Dormi con la japonesa en la misma cama, obviamente sin nada pasar. Éramos inocentes en aquél tiempo... Qué nostalgia!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Atualização dos documentos


Finalmente, depois de dois anos de separação, hoje eu resolvi atualizar o meu RG e meu CPF, para voltar ao meu nome de solteira. Fui no Poupatempo da Sé. Meu Deus!!! O negócio é organizado, mas dizer que poupa tempo já é um certo exagero...
O CPF é simples... Fui no Correio com o título de eleitor, comprovante de residência, a certidão de casamento averbada e o CPF antigo. R$5,50 e 20 minutos depois, o pedido estava efetuado. Mas entrega, só em 15 dias. Úteis.
Já o RG é outra história... Precisa do RG original, foto, certidão de casamento averbada e uma taxinha módica de R$24,00. Mas tinham 100 pessoas na minha frente!!! Demorou duas horas para passar os 90 anteriores. Quando já estava quase na minha vez, o sistema deu um problema... E os atendentes do Poupatempo tiveram que organizar aquilo tudo no gogó. Achei que ia ter tumulto... Enfim, só não desisti porque imaginei que se voltasse em outro dia a novela seria a mesma...
Resumindo a história... Se você for atualizar seus documentos, leve todos os documentos que você tem em casa e reserve o dia. Ah, e não se esqueça de levar um livro ou pelo menos umas palavras cruzadas para o tempo passar no Poupatempo.De uma coisa eu tenho certeza... Se eu casar de novo, não mudo meu nome nem por decreto!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Intimidade demais


Estou totalmente sem tempo para nada (na verdade, eu acho que isso é um defeito meu, de nascença) e fico me perguntando o que vai acontecer quando eu arranjar um namorado... Por um lado, quero estar com alguém, curtir um filme no sofá de casa, abraçadinha e dando uns beijinhos... poder ficar com uma legging bem confortável e meia se estiver frio... comer uma comidinha, dormir e acordar com um namorado... ai que sonho!
Mas, por outro lado, às vezes me pego pensando que também não quero intimidade demais... Quero ter meus horários, trabalhar de sábado sem ninguém me perturbar, chorar vendo a novela se eu resolver assistí-la, ler a Veja antes de tirar a camisola no domingo de manhã e só tomar café às 11h... sei lá... tirar o esmalte e fazer depilação na hora que bem entender... ficar de rabo-de-cavalo até as 5 da tarde e, depois, tudo ao contrário, ficar perua até cansar, sair para passear, gastar o quanto eu quiser no shopping sem ter que dar satisfação... E, como diz a minha amiga Michelle, tudo isso sem ter que agüentar chulé!!!

terça-feira, 17 de março de 2009

Unhas vermelhas


Será que os homens gostam de unhas vermelhas? De certa forma, em mim refletem o estado de espírito. Quando estou mal, não consigo pintar as unhas de vermelho... geralmente vai aquele branquinho básico mesmo...
Mas quando pinto as unhas de vermelho, acho que outro espírito se apossa de mim... Fico mais poderosa, não sei.
Sexo de unhas vermelhas é mais forte. Acho que até deixo marcas nas costas quando estou nesse estado. Fico mais feroz e também mais faminta. Rodeio como uma tigreza. Ataco a presa sem dó. Não sei realmente se os homens sabem ler esses sinais... E nem se enviam os dele e eu não os percebo... Será que alguém, algum dia, vai me responder?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um dia após o outro


Depois que me separei fiquei muito mal, durante muito tempo... Como as minhas atividades profissionais não requerem presença física, eu fiquei também um trapo. Só vestia roupa larga, feia e velha. Não tinha vontade de sair na rua e nem ver ninguém... Os momentos bons eram raros, muito raros...
O tempo passou e agora é o contrário. Estou quase sempre bem, muito bem. Isso inclui também uma boa melhora no astral e no visual. As pessoas que convieram durante os dois períodos percebem a diferença e sempre fazem comentários a esse respeito.
O que me fez mudar? Fiz de tudo... conversei com meus amigos, fiz yoga, fiz terapia, mergulhei no trabalho, arranjei um ou outro ficante... As soluções eram momentâneas e depois de pouco tempo eu estava mal de novo. Hoje tenho certeza de que o que me fez mudar foi a soma de todos esses fatores e, é claro, também o próprio tempo... Existe um tempo certo (mas que para cada um é diferente) para sair dessa fase deprimente.
Esse sábado fiquei sozinha. Fiquei triste e chorei... durou só algumas poucas horas. Depois percebi que, na verdade, estava na TPM... Passei domingo super bem e continuo assim... Como é bom viver bem 95% do tempo!!

domingo, 15 de março de 2009

Tati & Portugal


A minha amiga Tati me contou que, depois da história do susto com o Marcelo que contei no dia 07 desse mês, ela ficou tão traumatizada que não queria mais ficar com ninguém... Seis meses depois, no entanto, durante um congresso acadêmico nos Estados Unidos, ela conheceu um português que também é doutor em química.
Disse que foi paixão à primeira vista. Um pequeno grupo que participava de uma das discussões decidiu fazer um almoço rápido e, como era o assunto de pesquisa dela e ninguém se conhecia, resolveu ir. Sentou-se ao lado do Cris, que é português, e acabaram se estendendo uns 15 minutos depois que os demais se foram. Ele era extremamente gentil e educado. Trocaram cartões. E um olhar.
A Tati disse que as atividades da parte da tarde demoraram horas para passar e ela ficou pensando no Cris... Será que o veria novamente? Isso era um mistério. Tentou desviar o pensamento, planejando visitar um museu antes de ir jantar.
Depois que as atividades acabaram, ela foi para o quarto, para ler os emails e tomar um banho antes de sair. Ficou surpresa ao perceber que o Cris havia mandado um email, convidando-a para jantar. Disse que ficou apavorada. Remexeu a mala toda, pensando se tinha levado alguma roupa mais adequada para um jantar... Respondeu o email aceitando, com o coração aos pulos.
Quando desceu ao saguão do hotel, no horário combinado, ele já estava lá esperando. Ela contou que o jantar foi engraçadíssimo, uma mistura de línguas. Ela não conseguia entender o que ele dizia em português e acabavam falando um misto de português e inglês. Ao contrário da tarde, a noite passou voando. Depois de saírem do restaurante, foram caminhando de volta ao hotel.
Então, o alarme interno de Tati começou a soar. Ai Meu Deus! E agora? O que vai acontecer? Ela disse que, além da lembrança do susto com o Marcelo, só conseguia pensar nos pés que latejavam em cima do salto altíssimo que tinha escolhido...
Quando chegaram de volta ao hotel, Cris agradeceu o jantar, fez muitos elogios a ela e apenas apertou sua mão demoradamente, sem tirar o olhar dos seus olhos. Tati disse que sonhou a noite inteira com um beijo daquele homem fascinante. Quem era ele? Será que era casado? Será que os homens casados em Portugal usam alianças, como no Brasil? Achava que sim, são católicos... Ele não usava. Mais mil dúvidas apareceram...
Na manhã seguinte aconteceriam as últimas atividades do congresso e o vôo dela era tarde da noite. Passou a manhã sem ver o Cris e almoçou sozinha depois que a última sessão se encerrou. Quando chegou ao quarto, para acabar de fazer as malas e sair, encontrou um bilhete debaixo da porta. Era o Cris convidando-a para ir ao museu à tarde. Fez as contas de quanto custaria ocupar o quarto mais meio-período e achou que valeria a pena...
Desta vez saiu de salto baixo, preparada para andar bastante. Ele chegou com duas garrafinhas de água. Visitaram o museu, conversaram (descobriu que ele era separado e que tinha duas filhas), pequenos toques acidentais aconteceram, ele comprou umas lembrancinhas para ela... e ela disse que se sentia uma adolescente. Afinal, ele a beijou no parque em frente ao museu... Tati disse que o beijo foi longo e apaixonado, como se já se conhecessem e aquela não fosse a primeira vez... Ela disse que o corpo inteiro reagiu, como se os circuitos desligados há seis meses tivessem sido religados de uma única vez na potência máxima. O desejo de estar com aquele homem era enorme. Podia sentir que a recíproca também era verdadeira. Mas as circunstâncias não permitiam...
Voltaram para o hotel de mãos dadas, desta vez mais pensativos... Ela disse que a despedida no saguão foi meio triste. Depois que voltou, trocaram alguns e-mails, falaram-se algumas vezes ao telefone, uma vontade enorme de estar juntos... Ele a convidou para ir a Portugal... Quem sabe...???

sábado, 14 de março de 2009

Aniversário de casamento


Os homens nunca se lembram das datas importantes, como aniversários ou aniversário de casamento...
Eu nunca fui neurótica com essas coisas de data, do tipo aniversário de namoro, de noivado, do primeiro beijo, do dia em que nos conhecemos, etc, etc... A exceção, obviamente, era a data do meu aniversário. Mas o Tatá não se lembrava nem da data do aniversário da mãe dele (teve um ano em que realmente ambos esquecemos e ela virou uma onça) e então eu já avisava antes para não ter problemas.
Mas, depois de uns dois ou três anos de casada, fiz um curso que realmente me ajudou a entender a questão pelo lado dos homens. A professora dizia que existem três tipos de mulheres:
1) As que não falam nada e ficam esperando o homem lembrar. Chegam mais cedo em casa, preparam um jantar à luz de velas, colocam uma camisola nova, preparam todo o cenário para uma noite de amor. Invariavelmente ele se esquece, chega tarde do trabalho, você acabou comendo o jantar sozinha e, quando ele chega, você está se debulhando em lágrimas e ele não tem a menor noção do que está acontecendo!!!!
2) Depois de passar pela experiência anterior, no ano seguinte começam as cobranças: “fulano, amanhã é o nosso aniversário de casamento! Veja se não vai fazer como no ano passado”. O fulano então fica desesperado. Passa o dia rememorando a detestável cena do ano anterior e horas no shopping sem a menor idéia do que comprar de presente. Compra algo que está longe daquilo que a mulher realmente espera e encara aquilo tudo como uma das obrigações enfadonhas e insuportáveis do casamento. O clima do jantar fica meio forçado e a noite também não é lá das mais quentes...
3) Bem... existem as mulheres que sabem conseguir o que querem. Uma semana antes do aniversário de casamento, elas mordiscam a orelha do marido e sussurram que na próxima semana por causa do aniversário de casamento, vai preparar uma surpresinha para ele... Durante a semana, fazem mil caras de sapecas, colocam bilhetinhos indecentes no bolso do paletó, abusam dos mimos... mas não deixam os maridos as tocarem. Ele vai para o shopping, pensando em (sacanagem e em) comprar uma coisa para deixar a mulher mais bonita. E, é claro, lembra-se de comprar flores!! No dia, o jantar, embora seja o mesmo da situação 1 e 2, está sempre muito mais saboroso, mais bonito, mais caprichado... Ele lembra que tudo começa com beijo na boca e a noite é quentíssima! Antes de dormir ele ainda sussura que a ama e ambos dormem felizes!!!!Agora, eu me pergunto... Se homens e mulheres são tão inteligentes e sabem o que faz bem, por que não fazemos as coisas sempre desta maneira?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ontem fui ao céu


Ontem fui a um evento onde encontrei muitas pessoas com as quais trabalhei em diversas épocas da minha vida... Acho que os mais “antigos” eram de 1990 e os mais “recentes” de cerca de quatro anos atrás.
Como disse um deles, os homens já cheios de cabelos brancos e as mulheres, obviamente, sem nenhum!!! Mas, no geral, todo mundo bem cuidado e feliz. É engraçado ver o tempo passar... Vários e vários desses ex-colegas estão separados. E o mais estranho é que a grande maioria deles não casou de novo e reclama das dificuldades de um novo relacionamento.De qualquer forma, saí de lá nas nuvens, pois recebi muitos e muitos elogios. Acho que saí até mais jovem. Ganhei o mês!!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Posse e propriedade


Por coincidência (ou não), depois de escrever o post de ontem, eu li um texto de um economista falando sobre a diferença entre posse e propriedade. Embora o tema seja distante, não pude deixar de enxergar uma relação com o que eu havia acabado de escrever.
Quando estamos casadas e nos submetemos à posse do marido, deixando que ele restrinja nossos amigos, nossos passeios, nossos telefonemas e coisas afins, acabamos nos esquecendo (e eles também) que o que existe é posse (e nem mesmo isso deveria existir), e não propriedade.
Nós, e apenas nós, somos proprietárias de nos mesmas e concedemos a posse de maneira que nos for mais conveniente. E caso essa posse não traga os resultados desejados, temos o direito de dar à nossa propriedade outros usos mais convenientes.Na minha próxima relação, espero que exista bem pouca posse de ambos os lados... Começo a entender algo que sempre critiquei: casais que moram separados. Sempre achei isso bem pouco romântico e desfuncional. Não pretendo ter uma relação assim, mas agora consegui entender!!!

terça-feira, 10 de março de 2009

Casamento é posse


Um desses dias eu estava conversando com a mãe de um amiguinho do meu filho. Ela é casada e estava me dizendo o quanto tem inveja da minha vida: da minha liberdade, das coisas que eu faço, da minha independência. Ela reclamava dos almoços e jantares que sempre têm que estar prontos na hora, da casa sempre limpa, das brigas pelos programas de TV, da bagunça dele, das implicâncias, do controle sobre tudo o que ela faz e por aí afora.
Enquanto ela falava, eu revivia as cenas da minha própria vida de casada. Aquo que as pessoas confundem casamento com posse. Ciúmes e controles são bem sintomáticos...
Depois que a Juliana foi embora, eu me senti mais livre, como se realmente a lembrança ou a consciência dessa liberdade me deixasse mais solta... Fiquei pensando no quanto eu mudei. Logo que me separei, o que eu mais queria era casar de novo. Agora vejo que para abrir mão da minha independência tem que valer MUITO a pena !!!

sábado, 7 de março de 2009

O Susto


Tenho uma amiga que já está separada há bastante tempo, a Tati. Ela se casou aos 18 com o primeiro namorado e aos 26 já estava separada. Julio tinha sido o único homem da sua vida e o principal motivo da separação era que ele não queria ter filhos.
Quando eu falei do blog para ela, ela me contou várias histórias... Logo que se separou, ela arranjou um ficante, o Marcelo. Segundo a Tati, antes de eles ficarem, ela não via nada de excepcional nele, mas achava que seria bom para aliviar a carência do momento. Na segunda vez que eles ficaram juntos, foram para a cama.
Ela contou que estava muito insegura, pois apesar dos oito anos de casamento, não tinha tido experiências com outros homens e não sabia ao certo como agir. O Marcelo era uns 20 anos mais velho e ela disse que foi deixando ele conduzir a situação.
Foi tudo muito romântico, um jantar preparado por ele, um vinho tinto bem encorpado e ela foi ficando bem relaxada. Ela disse que até hoje ninguém a beijou tão bem e que o Marcelo parecia conhecer todos os pontos sensíveis de uma mulher.
A Tati contou que se entregou totalmente àquele momento, que já não ouvia mais a música e não sentia o ar à volta. Um pouco zonza, tudo o que sentia era aquelas mãos quentes percorrendo seu corpo e os beijos que a enlouqueciam. Quando estavam prestes a consumar o ato, ela disse que teve um rompante de lucidez e perguntou para o Marcelo onde estava a camisinha. Ele disse para ela não se preocupar e tornou a beijá-la.
O desejo era tanto e ela estava tão excitada que deixou que ele continuasse. Depois de uma hora e de sentir prazer três vezes é que então começou voltar à lucidez. Era a vez dele e dele tirou de dentro milisegundos antes de ejacular.
A Tati conta que foi um susto enorme e que perguntou para ele mil vezes se tinha sido tudo fora. Ele jurava que sim e ela continuava desesperada de preocupação.
No dia seguinte, a noite anterior não saía da sua cabeça. E se ficasse grávida? Ela havia se acostumado ao Julio, tão preocupado em não ter filhos, que ela quase não tinha que pensar no assunto. Ela queria muito ter um filho, mas jamais havia pensado em produção independente. Também não via muitas chances de um relacionamento mais sério com o Marcelo...
Para aliviar o desespero, a Tati resolveu contar para uma amiga dela. Ela disse que a amiga, no intervalo entre a preocupação compartilhada e as risadas sobre os detalhes da situação, xingava Tati de burra. Uma gravidez a essa altura, atrapalharia toda a carreira dela.
Durante quinze dias a Tati disse que não dormiu e nem comeu direito. Emagreceu uns dois quilos. Até o Marcelo começou a entrar na neura dela. Ligava todos os dias. Ela disse que foi uma paranóia total e que aqueles quinze dias duraram mais que um ano inteiro.Por fim, quando descobriu que não estava grávida, jurou nunca mais ter esses relacionamentos inconseqüentes... No final, tinha até esquecido da carência para se concentrar no desespero... O susto foi tão grande que, até hoje ela diz que aquela foi uma das melhores noites da sua vida e que o Marcelo é perfeito na cama, mas mesmo assim, nunca mais saíram juntos...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Que tipo de química existe em Recife?


Um pouco antes de nos separarmos, eu e Tatá estávamos pensando em ir para Recife... Obviamente, como as coisas foram ficando mais tensas e complicadas nos seis meses que antecederam o evento final, cada um acabou achando uma desculpa para não irmos. Na época, fiquei frustrada, pois conheço vários lugares do Nordeste e queria conhecer Recife também.
O tempo passou e eu já tinha até esquecido do assunto. Mas, depois que mudei para São Paulo, meu chefe era recifense. Logo de início, quando fomos apresentados, eu me lembrei da história da viagem, mas é claro, nunca comentei nada. Meu chefe era alegre, divertido e engraçado. Para minha tristeza, isso era só uma fachada e o fulano era um tremendo fdp... Dessas pessoas falsas, que falam por trás.
Nos primeiros meses em São Paulo, eu estava tensa, com um milhão de responsabilidades, tendo que ver escola para os meus filhos, casa nova, empregada, trabalho novo, além de não poder deixar de pensar nas coisas de sempre, supermercado, carro, contas para pagar, etc, etc. Mesmo sobrecarregada, eu estava dando conta do recado e os feedbacks que eu tinha das pessoas com quem eu me relacionava no trabalho eram positivos. Faltei no trabalho apenas 1 vez, e ainda assim, durante meio-período, pois meu filho caiu e tive que levá-lo ao hospital para levar meia dúzia de pontos no queixo.
No dia seguinte ao acidente, eu soube que ele fizera mil comentários do tipo, “mulher é complicada e com filhos, ainda pior”. Foi uma das poucas vezes que eu senti um preconceito e revolta. Eu queria encostar o fulano na parede, olhar bem no fundo dos olhos dele e dizer que dificilmente ele daria conta de fazer um terço das coisas que eu fazia. Apesar da raiva, eu não podia ter uma conversa honesta com ele, pois colocaria a pessoa que havia me contado em uma situação delicada. Tive que engolir esse sapo, gordo, enorme e melequento e continuar tocando a vida como se nada tivesse acontecido.
Para a minha surpresa, ele me demitiu, por telegrama, uma semana antes do Natal. Uma coisa assim, meio na surdina, quando a grande maioria estava de férias... Imagino que quando o telegrama chegou, ele já deveria estar em Recife, na praia, curtindo as festas com a família.
Quando voltaram em janeiro, meus colegas ficaram estupefatos. Ninguém acreditava... Recebi muitos telefonemas e e-mails solidários...
Enfim, parece que entre eu e Recife não está rolando uma química... Acho que é assim que se criam as lendas de castelos mal-assombrados!!!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sogrinha querida


Ontem uma amiga minha, a Milena, que também é separada, estava me contando sobre a ex-sogra dela. Ela não é de São Paulo e quando se casou mudou com o marido para um apartamento bem próximo do apartamento da sogra. Ela não sabia cozinhar direito, mas disse que o ex-marido até que tinha uma paciência com as coisas que nem sempre davam certo e que as coisas até que estavam saindo melhor com o tempo...
Um belo dia, tentando fazer uma política de boa vizinhança, a Milena convidou os sogros para jantar. Louças novas, vinho servido em taças de cristal, tudo como manda a Danuza Leão... Mas o mais difícil era a comida mesmo. Sem querer arriscar demais, escolheu fazer um salmão, purê de batatas, arroz e uma salada verde. Para resumir a história, o purê ficou sem sal, o salmão salgado demais e o arroz “queimou um pouco no fundo”, contou a Milena rindo...
Bem, deste dia em diante, vira-e-mexe aparecia a sogrinha na casa dela com uma comidinha para o filhinho... Aquilo a foi deixando extremamente irritada. Conversou com o marido, mas é claro, que ele não tomou nenhuma providência.
Algumas semanas depois, foi o aniversário de 60 anos do sogro... Família toda reunida, os irmãos do sogro, com os filhos, netos, genros... Uma festa de mais de 50 pessoas no sítio da família. Depois de umas (várias) cervejinhas, o marido dela começa a contar das comidas dela, fazendo graça e dando altas gargalhadas...
A Milena contou que se trancou no banheiro e chorou até cansar... Falou que se sentia primeiro muito humilhada e depois muito sacaneada, porque ele sabia o quanto ela estava se esforçando para aprender...
Ela então resolveu tomar uma decisão... Disse para o marido que estava de dieta e que só teriam salada, iogurte e frutas no jantar, todos os dias. E que quando ele quisesse jantar, que poderia ir comer na casa da mãe dele.
É claro que a sogrinha adorou a novidade, pois o marido ia à casa da mãe com maior freqüência. E como ele não vinha para casa cedo, ela começou a fazer academia. Em três meses, ela tinha emagrecido 4 kg e ele engordado os mesmos 4 kg.
Por onde iam, não havia quem não comentasse a diferença de peso dos dois... E era a vez dela de rir, falando que era a comida da sogra...
E as coisas assim continuaram por mais de um ano e isso os foi afastando... Perceberam que já não ficavam mais juntos. Tentaram até contratar uma empregada para cozinhar, para conseguirem jantar juntos, mas acabou não dando certo também...
Enfim, depois da separação, ela mora sozinha e que, sem ter a obrigação, a pressão e a comparação, acabou aprendendo a cozinhar maravilhosamente bem. Disse que até o ex adora a comida dela!!!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Horóscopo


Meu horóscopo de hoje diz que em 7 dias serão tomadas decisões estratégicas em assuntos legais, estudos, viagens ou publicações... Para mim essa é uma ótima notícia!!! Tenho assuntos de todos esses tipos para resolver. O difícil é conciliar tempo para fazer tudo isso... De qualquer forma, vou esperar e se eu realmente conseguir resolver essas coisas em 7 dias, vou escrever aqui.

terça-feira, 3 de março de 2009

Verônica Hoje


Está difícil escrever essa semana, pois estou participando de um seminario o dia inteiro e também tenho eventos à noite...
O bom disso é que Verônica está...

Bastante ocupada
Rodeada de muita gente interessante
Bem vestida, maquiada e perfumada

E, principalmente, fazendo muito sucesso!!!

domingo, 1 de março de 2009

Pequenos Prazeres


A vida de separada oferece pequenos prazeres. Esse final de semana meus filhos estão com o pai e eu estou sozinha. Como é bom ter um tempo só para a gente, sem ter hora para nada e sem ter que dar satisfação para ninguém!!!
Ontem passei praticamente o dia inteiro em casa. Acordei cedo e fui tomar um banho (rápido, porque sou absolutamente contra banhos longos e ecologicamente-incorretos).
Depois do banho fiquei um tempão passando meus cremes pelo corpo e fazendo as massagens do jeito certo em cada lugar para melhorar o efeito. Quando, na nossa corrida vida do dia-a-dia temos tempo para fazer isso? E por que quando estamos casadas não o fazemos? Quando eu era casada acho que eu nem tinha esses cremes... Mas a culpa não era do Tatá não. Acho que é mais por causa das crianças. Quando eles estão em casa, é bem comum ficarem no banheiro esperando meu banho acabar... E falam, falam....
Ai que bom um pouco de silêncio. Amo meus filhos e tenho um prazer enorme em ficar com eles, mas como é bom um pouco de sossego!!! O ritual do creme parecia uma cena de propaganda... Eu, sentada, calmamente, acariciando minhas pernas em círculos, barriga, braços. Passei também uma máscara no rosto, tive tempo de esperar secar para retirar, enfim... Curti muito esse momento.
Tomei um café da manhã calmo e delicioso, enquanto pensava nas coisas que eu tinha para fazer. Escrevi o post de ontem da Verônica com calma, pensando melhor no conteúdo e na forma... Essa história de ter um blog é uma coisa legal, mas têm dias que a gente simplesmente não está a fim de escrever e aí a inspiração não vem... Mas ontem, não. Demorei uma hora para escrever, reler, relembrar a mudança e lembrar de mil outras coisas que aconteceram para contar aqui depois...
Quando acabei, decidi lavar a louça. Eu tenho duas empregadas e rarissimamente faço trabalhos “do lar”. Resolvi colocar uma música. Chico Buarque. Amo o Chico Buarque. Inteligente, hábil com as palavras. A louça era pouca e eu queria continuar curtindo a música, então resolvi lavar a roupa também... Passei assim uma boa parte da manhã, cuidando da minha casa, com tranqüilidade e carinho.
Quando resolvi almoçar percebi que já eram quase duas horas da tarde. Geralmente prefiro ir ao shopping comer quando estou sozinha, mas ontem resolvi fazer uma comidinha. Fiz peito de frango com molho de páprica. Ficou maravilhoso. Ontem eu estava me sentindo extremamente em paz.
Passei a tarde trabalhando. O Tatá odiava quando eu resolvia trabalhar no final de semana. Mas eu amo demais o que eu faço. Como meu trabalho exige duas coisas difíceis, inspiração e concentração, aproveitei o momento... Não vi as horas passarem, tão absorta fiquei. De novo, quando me dei conta, já era noite fechada. Sentia-me muito feliz com o resultado do meu trabalho. Está ficando maravilhoso.
Aproveitei para responder também vários e vários e-mails pendentes, refazer meu orçamento pessoal para o ano, organizar minhas contas. Tudo isso em um único dia. Foi extremamente produtivo.
Não estava com muita fome e resolvi tomar apenas um lanche. Li a Veja inteira depois... Acho que não me lembro da última vez que eu consegui ler a Veja inteira... E muito menos, no sábado.
Fui dormir com uma sensação maravilhosa de trabalho cumprido, de paz de espírito, de tranqüilidade. Tantas coisas ruins ficaram no passado... choros, tristeza, até os chocolates ficaram no passado!!!
Não pude evitar de pensar... Será que vou querer, um dia, abrir mão dessa paz para ficar com alguém novamente? O dia de ontem jamais teria existido se eu estivesse alguém...