segunda-feira, 30 de março de 2009

O Longo Dia de Verônica


Verônica tem os dias MUITO atribulados... As crianças ficaram com Tatá no final de semana. No sábado até que tive algum tempo para mim, mas domingo trabalhei o dia inteiro... das 8h da manhã até as 8h da noite.

Mas hoje foi pior... não é exagero... vou contar para vocês.

06:00 Acordei, tomei banho e tomei café da manhã
06:45 Saí de casa
07:30 Aula na faculdade
09:00 Saí da faculdade e fui para o cartório autenticar uns documentos
09:30 Já estava no contador, discutindo coisas da empresa
10:00 Saí do contador e passei no hortifruti para comprar frutas para as crianças
10:30 Deixei as compras em casa e fui lavar o carro (fazia meses...)
11:00 Saí com o carro lavado e deixei no posto de gasolina para trocar o óleo (anos...)
11:15 Cheguei em casa e fui fazer a lição de casa com a minha filha
12:00 Almoçamos e fui deixar as crianças na escola
13:00 Na volta, passei para pegar o carro
13:15 Demiti a babá que ficava com as crianças à noite
13:15 Trabalhei sem parar um minuto (e comi uma barra de chocolate)
17:30 Saí para a aula do doutorado (e comi um misto)
18:30 Antes da aula, fiz uma mini-reunião para discutir um projeto em andamento
19:00 Aula do doutorado(e comi um pão-de-batata)
23:00 Cheguei em casa exausta e fui ler meus e-mails, escrever meu post, agendar pagamentos de contas no banco... ah e também conferi o resultado da mega-sena...

Às vezes, quando vejo todas essas coisas (e ainda devo ter esquecido algumas), acho que não vou conseguir dar conta de tudo... Penso nas coisas que ainda tenho que fazer...

Os trabalhos do doutorado que se acumulam sem fim...
Os cuidados com as crianças...
O projeto que vai começar depois de amanhã e vai consumir 40 horas por semana...
O imposto de renda (nightmare)...
A preparação das aulas e a correção das provas e dos trabalhos...
A casa e as babás...
O carro...
As contas...
E cuidar um pouco de mim (no mínimo passar um esmalte)...

O pior de tudo é que é sempre assim... quase todos os dias...

Alguém tem alguma sugestão de um zipador de tarefas, que as tornem menos demoradas?
Alguém tem um delegador de atividades que não tenha um custo?
Será que, no final, tudo isso vai valer a pena?
Afinal, para que serve a vida?

domingo, 29 de março de 2009

Lições que a vida nos ensina...


Hoje perdi uma coisa que nunca tive.

Às vezes colocamos muito esforço na conquista de um objetivo. Embora numa meta profissional, por exemplo, a gente tenha uma tendência a achar que é uma questão racional, a vida nos leva a perceber que qualquer escolha envolve alguma carga emocional.
Quando empreendemos esforço, gastamos energia e geramos esperança. E às vezes essa esperança é tão forte que damos como certa a conquista de tal objetivo.
Mas quando as coisas não acontecem da maneira como planejamos, imaginamos ou trabalhamos para, então temos essas sensações de frustração e perda. A perda de algo que nunca tivemos. Vivemos antes sem essa coisa e continuaremos vivendo.

Nada nesse mundo nos pertence.
Ter isso em mente nos ajuda a amenizar essas perdas.

sábado, 28 de março de 2009

O dia do dilúvio


Terça-feira da semana passada, naquele dia em que São Paulo ficou inundado, eu tinha uma apresentação para fazer às 19h. Quando vi aquele temporal, resolvi sair às 17h, pois, caso contrário, não conseguiria chegar a tempo.
Foi uma decisão quase acertada, pois realmente eu cheguei quase na hora. No entanto, quando estava no meio do caminho, o professor ligou no meu celular, dizendo que provavelmente chegaria por volta das 20h. Confesso que fiquei envaidecida com a ligação... Ele poderia simplesmente ter comunicado a faculdade e pronto. De certa forma, a atitude dele me fez ver o respeito que eu conquistei junto aos meus professores. É pouco provável que eles tenham os celulares de muitos alunos... Fiquei me achando toda importante, como a minha filha fica quando é escolhida para ser ajudante da professora!!!
Mas, voltando à história, ele não conseguiu chegar e acabamos marcando a reposição da aula para ontem. Assim, em plena sexta-feira à noite, lá estava eu, na sala de aula. Acho que isso até faz sentido aos 18-20 anos, mas aos 37 é bem mais árduo... Às sextas, os alunos da graduação geralmente só pensam em sair logo da aula para beber... Agora os entendo...
E eu só pensava no quanto eu estava querendo estar num colo bem quentinho, assistindo um filme e tomando um bom vinho tinto.
Eu adoro meus estudos. Nunca falto e nem deixo de fazer as minhas atividades, mas ontem a aula custou a acabar... A concentração estava baixíssima. Devaneios mil. Mentalmente listei tudo o que eu tenho para fazer no final de semana. Lembrei de infinitas pessoas e fatos. Pensei nos meus pequenos. E o tempo não passava de jeito nenhum. O professor até reparou. Comentou que eu estava distante. Nada mudou. Continuei longe.
E assim, estranhamente, acabou minha semana...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Aquilo que ninguém nos diz...


Esses dias fui visitar uma amiga que eu não via há uns 3 anos, a Ariane. Além dela, também estava a Flora. Ambas são casadas. Antes da separação, diversas vezes havíamos saído os três casais. Essa visita foi algo revelador para mim... Elas não só me contaram o que elas achavam do Tatá como também falaram o que os respectivos maridos comentavam sobre ele.
Fiquei estarrecida. Como sou muito comunicativa, sempre converso com todo mundo e, mesmo em lugares onde conheço poucas pessoas, consigo rapidamente me enturmar. Ao contrário do Tatá, que é fechado, detesta falar sobre si próprio e também não gosta de assuntos triviais masculinos, como futebol, carros e sabe-Deus-mais-lá-o-quê (é melhor não saber).
Pois bem... o que me deixou estarrecida foi o fato de saber que deixei de ser convidada para diversos eventos porque os maridos delas não queriam convidar o Tatá! Resumindo, seu eu não tivesse me separado, provavelmente as nossas amizades teriam se tornado cada vez mais distantes.
A Ariane e a Flora não são quaisquer amigas, são amigas de infância, de mais de 30 anos! Vivemos juntas as histórias das primeiras descobertas, dos primeiros namorados, enfim, tanta coisa que não dá para jogar fora assim!!
Enfim, só depois que nos separamos é que vamos percebendo o quanto fomos deixando nossa própria vida de lado. Abrimos mão de coisas importantes em prol de uma relação que se torna o centro da nossa existência.
Hoje tenho outra cabeça. Entendo que o equilíbrio entre a individualidade (de ambos) e o relacionamento é fundamental. Mas será que vou acabar me esquecendo disso?De qualquer forma, o impacto dessa questão social foi tão grande que o índice de sociabilidade do meu futuro namorado está no topo da lista de requisitos... Pelo menos esse erro eu não quero cometer de novo!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Terapeuta de Verônica


Como quase toda mulher que se separa, depois de um tempo, resolvi fazer terapia. Mas não queria um psicólogo que seguisse uma linha freudiana ou junguiana. Então escolhi um que usa a Gestalt, uma visão mais holística.
Fiquei quase um ano freqüentando a terapia. Era um alívio enorme ir ao consultório e desabafar todos os problemas profissionais, com as crianças, o Tatá, os ficantes, as duas casas para administrar, enfim, milhões de coisas.
A velocidade com que eu falava era enorme. Como se aquela uma hora semanal tivesse que render por 10. O meu terapeuta não falava muito. Geralmente falava nos últimos minutos e algumas vezes fazia alguma pergunta enquanto eu falava.
Não entendo até hoje como a terapia funciona e, para falar a verdade, nem se funciona. Às vezes fico com a sensação de que é apenas um grande desabafo. Não posso dizer que tive algum insight, ou que alguma ficha tenha caído de forma muito nítida. O meu terapeuta fez, sim, o papel da Rosa, a minha grande amiga do interior, com quem eu desabafava antes de mudar para SP.
Eu me dei alta sozinha, pouco antes do Natal. Achei que voltaria depois das férias... Mas já estamos praticamente em abril e eu não tive vontade e nem senti necessidade alguma de voltar.É claro que durante esse período tudo melhorou, mas acho que isso teria acontecido de qualquer maneira... A adaptação a qualquer circunstância é uma questão de tempo. Aliás, o que, nessa vida, não é uma questão de tempo?

domingo, 22 de março de 2009

Donde estás, Francisco?


No sé porque hoy recordé de una pasión que yo tube cuando tenia 17 años. Yo estaba en Estado Unidos por la primera vez y el tambíen. Estudábamos inglés en la misma escuela. Francisco era español e nos quedamos totalmente apasionados. Nunca más lo vi. ¿Será que fue casado? ¿Tiene hijos? ¿Cuál es su profesión?
Pasamos un fin de semana en San Francisco. Me acuerdo de todo, hasta su contraseña del banco... Fuemos con un amigo de el, que era español tambien, y con una japonesa que estudiaba con nosotros. No teníamos mucho dinero para el hotel y nos quedamos todos en el mismo apartamento. Dormi con la japonesa en la misma cama, obviamente sin nada pasar. Éramos inocentes en aquél tiempo... Qué nostalgia!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Atualização dos documentos


Finalmente, depois de dois anos de separação, hoje eu resolvi atualizar o meu RG e meu CPF, para voltar ao meu nome de solteira. Fui no Poupatempo da Sé. Meu Deus!!! O negócio é organizado, mas dizer que poupa tempo já é um certo exagero...
O CPF é simples... Fui no Correio com o título de eleitor, comprovante de residência, a certidão de casamento averbada e o CPF antigo. R$5,50 e 20 minutos depois, o pedido estava efetuado. Mas entrega, só em 15 dias. Úteis.
Já o RG é outra história... Precisa do RG original, foto, certidão de casamento averbada e uma taxinha módica de R$24,00. Mas tinham 100 pessoas na minha frente!!! Demorou duas horas para passar os 90 anteriores. Quando já estava quase na minha vez, o sistema deu um problema... E os atendentes do Poupatempo tiveram que organizar aquilo tudo no gogó. Achei que ia ter tumulto... Enfim, só não desisti porque imaginei que se voltasse em outro dia a novela seria a mesma...
Resumindo a história... Se você for atualizar seus documentos, leve todos os documentos que você tem em casa e reserve o dia. Ah, e não se esqueça de levar um livro ou pelo menos umas palavras cruzadas para o tempo passar no Poupatempo.De uma coisa eu tenho certeza... Se eu casar de novo, não mudo meu nome nem por decreto!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Intimidade demais


Estou totalmente sem tempo para nada (na verdade, eu acho que isso é um defeito meu, de nascença) e fico me perguntando o que vai acontecer quando eu arranjar um namorado... Por um lado, quero estar com alguém, curtir um filme no sofá de casa, abraçadinha e dando uns beijinhos... poder ficar com uma legging bem confortável e meia se estiver frio... comer uma comidinha, dormir e acordar com um namorado... ai que sonho!
Mas, por outro lado, às vezes me pego pensando que também não quero intimidade demais... Quero ter meus horários, trabalhar de sábado sem ninguém me perturbar, chorar vendo a novela se eu resolver assistí-la, ler a Veja antes de tirar a camisola no domingo de manhã e só tomar café às 11h... sei lá... tirar o esmalte e fazer depilação na hora que bem entender... ficar de rabo-de-cavalo até as 5 da tarde e, depois, tudo ao contrário, ficar perua até cansar, sair para passear, gastar o quanto eu quiser no shopping sem ter que dar satisfação... E, como diz a minha amiga Michelle, tudo isso sem ter que agüentar chulé!!!

terça-feira, 17 de março de 2009

Unhas vermelhas


Será que os homens gostam de unhas vermelhas? De certa forma, em mim refletem o estado de espírito. Quando estou mal, não consigo pintar as unhas de vermelho... geralmente vai aquele branquinho básico mesmo...
Mas quando pinto as unhas de vermelho, acho que outro espírito se apossa de mim... Fico mais poderosa, não sei.
Sexo de unhas vermelhas é mais forte. Acho que até deixo marcas nas costas quando estou nesse estado. Fico mais feroz e também mais faminta. Rodeio como uma tigreza. Ataco a presa sem dó. Não sei realmente se os homens sabem ler esses sinais... E nem se enviam os dele e eu não os percebo... Será que alguém, algum dia, vai me responder?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um dia após o outro


Depois que me separei fiquei muito mal, durante muito tempo... Como as minhas atividades profissionais não requerem presença física, eu fiquei também um trapo. Só vestia roupa larga, feia e velha. Não tinha vontade de sair na rua e nem ver ninguém... Os momentos bons eram raros, muito raros...
O tempo passou e agora é o contrário. Estou quase sempre bem, muito bem. Isso inclui também uma boa melhora no astral e no visual. As pessoas que convieram durante os dois períodos percebem a diferença e sempre fazem comentários a esse respeito.
O que me fez mudar? Fiz de tudo... conversei com meus amigos, fiz yoga, fiz terapia, mergulhei no trabalho, arranjei um ou outro ficante... As soluções eram momentâneas e depois de pouco tempo eu estava mal de novo. Hoje tenho certeza de que o que me fez mudar foi a soma de todos esses fatores e, é claro, também o próprio tempo... Existe um tempo certo (mas que para cada um é diferente) para sair dessa fase deprimente.
Esse sábado fiquei sozinha. Fiquei triste e chorei... durou só algumas poucas horas. Depois percebi que, na verdade, estava na TPM... Passei domingo super bem e continuo assim... Como é bom viver bem 95% do tempo!!

domingo, 15 de março de 2009

Tati & Portugal


A minha amiga Tati me contou que, depois da história do susto com o Marcelo que contei no dia 07 desse mês, ela ficou tão traumatizada que não queria mais ficar com ninguém... Seis meses depois, no entanto, durante um congresso acadêmico nos Estados Unidos, ela conheceu um português que também é doutor em química.
Disse que foi paixão à primeira vista. Um pequeno grupo que participava de uma das discussões decidiu fazer um almoço rápido e, como era o assunto de pesquisa dela e ninguém se conhecia, resolveu ir. Sentou-se ao lado do Cris, que é português, e acabaram se estendendo uns 15 minutos depois que os demais se foram. Ele era extremamente gentil e educado. Trocaram cartões. E um olhar.
A Tati disse que as atividades da parte da tarde demoraram horas para passar e ela ficou pensando no Cris... Será que o veria novamente? Isso era um mistério. Tentou desviar o pensamento, planejando visitar um museu antes de ir jantar.
Depois que as atividades acabaram, ela foi para o quarto, para ler os emails e tomar um banho antes de sair. Ficou surpresa ao perceber que o Cris havia mandado um email, convidando-a para jantar. Disse que ficou apavorada. Remexeu a mala toda, pensando se tinha levado alguma roupa mais adequada para um jantar... Respondeu o email aceitando, com o coração aos pulos.
Quando desceu ao saguão do hotel, no horário combinado, ele já estava lá esperando. Ela contou que o jantar foi engraçadíssimo, uma mistura de línguas. Ela não conseguia entender o que ele dizia em português e acabavam falando um misto de português e inglês. Ao contrário da tarde, a noite passou voando. Depois de saírem do restaurante, foram caminhando de volta ao hotel.
Então, o alarme interno de Tati começou a soar. Ai Meu Deus! E agora? O que vai acontecer? Ela disse que, além da lembrança do susto com o Marcelo, só conseguia pensar nos pés que latejavam em cima do salto altíssimo que tinha escolhido...
Quando chegaram de volta ao hotel, Cris agradeceu o jantar, fez muitos elogios a ela e apenas apertou sua mão demoradamente, sem tirar o olhar dos seus olhos. Tati disse que sonhou a noite inteira com um beijo daquele homem fascinante. Quem era ele? Será que era casado? Será que os homens casados em Portugal usam alianças, como no Brasil? Achava que sim, são católicos... Ele não usava. Mais mil dúvidas apareceram...
Na manhã seguinte aconteceriam as últimas atividades do congresso e o vôo dela era tarde da noite. Passou a manhã sem ver o Cris e almoçou sozinha depois que a última sessão se encerrou. Quando chegou ao quarto, para acabar de fazer as malas e sair, encontrou um bilhete debaixo da porta. Era o Cris convidando-a para ir ao museu à tarde. Fez as contas de quanto custaria ocupar o quarto mais meio-período e achou que valeria a pena...
Desta vez saiu de salto baixo, preparada para andar bastante. Ele chegou com duas garrafinhas de água. Visitaram o museu, conversaram (descobriu que ele era separado e que tinha duas filhas), pequenos toques acidentais aconteceram, ele comprou umas lembrancinhas para ela... e ela disse que se sentia uma adolescente. Afinal, ele a beijou no parque em frente ao museu... Tati disse que o beijo foi longo e apaixonado, como se já se conhecessem e aquela não fosse a primeira vez... Ela disse que o corpo inteiro reagiu, como se os circuitos desligados há seis meses tivessem sido religados de uma única vez na potência máxima. O desejo de estar com aquele homem era enorme. Podia sentir que a recíproca também era verdadeira. Mas as circunstâncias não permitiam...
Voltaram para o hotel de mãos dadas, desta vez mais pensativos... Ela disse que a despedida no saguão foi meio triste. Depois que voltou, trocaram alguns e-mails, falaram-se algumas vezes ao telefone, uma vontade enorme de estar juntos... Ele a convidou para ir a Portugal... Quem sabe...???

sábado, 14 de março de 2009

Aniversário de casamento


Os homens nunca se lembram das datas importantes, como aniversários ou aniversário de casamento...
Eu nunca fui neurótica com essas coisas de data, do tipo aniversário de namoro, de noivado, do primeiro beijo, do dia em que nos conhecemos, etc, etc... A exceção, obviamente, era a data do meu aniversário. Mas o Tatá não se lembrava nem da data do aniversário da mãe dele (teve um ano em que realmente ambos esquecemos e ela virou uma onça) e então eu já avisava antes para não ter problemas.
Mas, depois de uns dois ou três anos de casada, fiz um curso que realmente me ajudou a entender a questão pelo lado dos homens. A professora dizia que existem três tipos de mulheres:
1) As que não falam nada e ficam esperando o homem lembrar. Chegam mais cedo em casa, preparam um jantar à luz de velas, colocam uma camisola nova, preparam todo o cenário para uma noite de amor. Invariavelmente ele se esquece, chega tarde do trabalho, você acabou comendo o jantar sozinha e, quando ele chega, você está se debulhando em lágrimas e ele não tem a menor noção do que está acontecendo!!!!
2) Depois de passar pela experiência anterior, no ano seguinte começam as cobranças: “fulano, amanhã é o nosso aniversário de casamento! Veja se não vai fazer como no ano passado”. O fulano então fica desesperado. Passa o dia rememorando a detestável cena do ano anterior e horas no shopping sem a menor idéia do que comprar de presente. Compra algo que está longe daquilo que a mulher realmente espera e encara aquilo tudo como uma das obrigações enfadonhas e insuportáveis do casamento. O clima do jantar fica meio forçado e a noite também não é lá das mais quentes...
3) Bem... existem as mulheres que sabem conseguir o que querem. Uma semana antes do aniversário de casamento, elas mordiscam a orelha do marido e sussurram que na próxima semana por causa do aniversário de casamento, vai preparar uma surpresinha para ele... Durante a semana, fazem mil caras de sapecas, colocam bilhetinhos indecentes no bolso do paletó, abusam dos mimos... mas não deixam os maridos as tocarem. Ele vai para o shopping, pensando em (sacanagem e em) comprar uma coisa para deixar a mulher mais bonita. E, é claro, lembra-se de comprar flores!! No dia, o jantar, embora seja o mesmo da situação 1 e 2, está sempre muito mais saboroso, mais bonito, mais caprichado... Ele lembra que tudo começa com beijo na boca e a noite é quentíssima! Antes de dormir ele ainda sussura que a ama e ambos dormem felizes!!!!Agora, eu me pergunto... Se homens e mulheres são tão inteligentes e sabem o que faz bem, por que não fazemos as coisas sempre desta maneira?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ontem fui ao céu


Ontem fui a um evento onde encontrei muitas pessoas com as quais trabalhei em diversas épocas da minha vida... Acho que os mais “antigos” eram de 1990 e os mais “recentes” de cerca de quatro anos atrás.
Como disse um deles, os homens já cheios de cabelos brancos e as mulheres, obviamente, sem nenhum!!! Mas, no geral, todo mundo bem cuidado e feliz. É engraçado ver o tempo passar... Vários e vários desses ex-colegas estão separados. E o mais estranho é que a grande maioria deles não casou de novo e reclama das dificuldades de um novo relacionamento.De qualquer forma, saí de lá nas nuvens, pois recebi muitos e muitos elogios. Acho que saí até mais jovem. Ganhei o mês!!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Posse e propriedade


Por coincidência (ou não), depois de escrever o post de ontem, eu li um texto de um economista falando sobre a diferença entre posse e propriedade. Embora o tema seja distante, não pude deixar de enxergar uma relação com o que eu havia acabado de escrever.
Quando estamos casadas e nos submetemos à posse do marido, deixando que ele restrinja nossos amigos, nossos passeios, nossos telefonemas e coisas afins, acabamos nos esquecendo (e eles também) que o que existe é posse (e nem mesmo isso deveria existir), e não propriedade.
Nós, e apenas nós, somos proprietárias de nos mesmas e concedemos a posse de maneira que nos for mais conveniente. E caso essa posse não traga os resultados desejados, temos o direito de dar à nossa propriedade outros usos mais convenientes.Na minha próxima relação, espero que exista bem pouca posse de ambos os lados... Começo a entender algo que sempre critiquei: casais que moram separados. Sempre achei isso bem pouco romântico e desfuncional. Não pretendo ter uma relação assim, mas agora consegui entender!!!

terça-feira, 10 de março de 2009

Casamento é posse


Um desses dias eu estava conversando com a mãe de um amiguinho do meu filho. Ela é casada e estava me dizendo o quanto tem inveja da minha vida: da minha liberdade, das coisas que eu faço, da minha independência. Ela reclamava dos almoços e jantares que sempre têm que estar prontos na hora, da casa sempre limpa, das brigas pelos programas de TV, da bagunça dele, das implicâncias, do controle sobre tudo o que ela faz e por aí afora.
Enquanto ela falava, eu revivia as cenas da minha própria vida de casada. Aquo que as pessoas confundem casamento com posse. Ciúmes e controles são bem sintomáticos...
Depois que a Juliana foi embora, eu me senti mais livre, como se realmente a lembrança ou a consciência dessa liberdade me deixasse mais solta... Fiquei pensando no quanto eu mudei. Logo que me separei, o que eu mais queria era casar de novo. Agora vejo que para abrir mão da minha independência tem que valer MUITO a pena !!!

sábado, 7 de março de 2009

O Susto


Tenho uma amiga que já está separada há bastante tempo, a Tati. Ela se casou aos 18 com o primeiro namorado e aos 26 já estava separada. Julio tinha sido o único homem da sua vida e o principal motivo da separação era que ele não queria ter filhos.
Quando eu falei do blog para ela, ela me contou várias histórias... Logo que se separou, ela arranjou um ficante, o Marcelo. Segundo a Tati, antes de eles ficarem, ela não via nada de excepcional nele, mas achava que seria bom para aliviar a carência do momento. Na segunda vez que eles ficaram juntos, foram para a cama.
Ela contou que estava muito insegura, pois apesar dos oito anos de casamento, não tinha tido experiências com outros homens e não sabia ao certo como agir. O Marcelo era uns 20 anos mais velho e ela disse que foi deixando ele conduzir a situação.
Foi tudo muito romântico, um jantar preparado por ele, um vinho tinto bem encorpado e ela foi ficando bem relaxada. Ela disse que até hoje ninguém a beijou tão bem e que o Marcelo parecia conhecer todos os pontos sensíveis de uma mulher.
A Tati contou que se entregou totalmente àquele momento, que já não ouvia mais a música e não sentia o ar à volta. Um pouco zonza, tudo o que sentia era aquelas mãos quentes percorrendo seu corpo e os beijos que a enlouqueciam. Quando estavam prestes a consumar o ato, ela disse que teve um rompante de lucidez e perguntou para o Marcelo onde estava a camisinha. Ele disse para ela não se preocupar e tornou a beijá-la.
O desejo era tanto e ela estava tão excitada que deixou que ele continuasse. Depois de uma hora e de sentir prazer três vezes é que então começou voltar à lucidez. Era a vez dele e dele tirou de dentro milisegundos antes de ejacular.
A Tati conta que foi um susto enorme e que perguntou para ele mil vezes se tinha sido tudo fora. Ele jurava que sim e ela continuava desesperada de preocupação.
No dia seguinte, a noite anterior não saía da sua cabeça. E se ficasse grávida? Ela havia se acostumado ao Julio, tão preocupado em não ter filhos, que ela quase não tinha que pensar no assunto. Ela queria muito ter um filho, mas jamais havia pensado em produção independente. Também não via muitas chances de um relacionamento mais sério com o Marcelo...
Para aliviar o desespero, a Tati resolveu contar para uma amiga dela. Ela disse que a amiga, no intervalo entre a preocupação compartilhada e as risadas sobre os detalhes da situação, xingava Tati de burra. Uma gravidez a essa altura, atrapalharia toda a carreira dela.
Durante quinze dias a Tati disse que não dormiu e nem comeu direito. Emagreceu uns dois quilos. Até o Marcelo começou a entrar na neura dela. Ligava todos os dias. Ela disse que foi uma paranóia total e que aqueles quinze dias duraram mais que um ano inteiro.Por fim, quando descobriu que não estava grávida, jurou nunca mais ter esses relacionamentos inconseqüentes... No final, tinha até esquecido da carência para se concentrar no desespero... O susto foi tão grande que, até hoje ela diz que aquela foi uma das melhores noites da sua vida e que o Marcelo é perfeito na cama, mas mesmo assim, nunca mais saíram juntos...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Que tipo de química existe em Recife?


Um pouco antes de nos separarmos, eu e Tatá estávamos pensando em ir para Recife... Obviamente, como as coisas foram ficando mais tensas e complicadas nos seis meses que antecederam o evento final, cada um acabou achando uma desculpa para não irmos. Na época, fiquei frustrada, pois conheço vários lugares do Nordeste e queria conhecer Recife também.
O tempo passou e eu já tinha até esquecido do assunto. Mas, depois que mudei para São Paulo, meu chefe era recifense. Logo de início, quando fomos apresentados, eu me lembrei da história da viagem, mas é claro, nunca comentei nada. Meu chefe era alegre, divertido e engraçado. Para minha tristeza, isso era só uma fachada e o fulano era um tremendo fdp... Dessas pessoas falsas, que falam por trás.
Nos primeiros meses em São Paulo, eu estava tensa, com um milhão de responsabilidades, tendo que ver escola para os meus filhos, casa nova, empregada, trabalho novo, além de não poder deixar de pensar nas coisas de sempre, supermercado, carro, contas para pagar, etc, etc. Mesmo sobrecarregada, eu estava dando conta do recado e os feedbacks que eu tinha das pessoas com quem eu me relacionava no trabalho eram positivos. Faltei no trabalho apenas 1 vez, e ainda assim, durante meio-período, pois meu filho caiu e tive que levá-lo ao hospital para levar meia dúzia de pontos no queixo.
No dia seguinte ao acidente, eu soube que ele fizera mil comentários do tipo, “mulher é complicada e com filhos, ainda pior”. Foi uma das poucas vezes que eu senti um preconceito e revolta. Eu queria encostar o fulano na parede, olhar bem no fundo dos olhos dele e dizer que dificilmente ele daria conta de fazer um terço das coisas que eu fazia. Apesar da raiva, eu não podia ter uma conversa honesta com ele, pois colocaria a pessoa que havia me contado em uma situação delicada. Tive que engolir esse sapo, gordo, enorme e melequento e continuar tocando a vida como se nada tivesse acontecido.
Para a minha surpresa, ele me demitiu, por telegrama, uma semana antes do Natal. Uma coisa assim, meio na surdina, quando a grande maioria estava de férias... Imagino que quando o telegrama chegou, ele já deveria estar em Recife, na praia, curtindo as festas com a família.
Quando voltaram em janeiro, meus colegas ficaram estupefatos. Ninguém acreditava... Recebi muitos telefonemas e e-mails solidários...
Enfim, parece que entre eu e Recife não está rolando uma química... Acho que é assim que se criam as lendas de castelos mal-assombrados!!!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sogrinha querida


Ontem uma amiga minha, a Milena, que também é separada, estava me contando sobre a ex-sogra dela. Ela não é de São Paulo e quando se casou mudou com o marido para um apartamento bem próximo do apartamento da sogra. Ela não sabia cozinhar direito, mas disse que o ex-marido até que tinha uma paciência com as coisas que nem sempre davam certo e que as coisas até que estavam saindo melhor com o tempo...
Um belo dia, tentando fazer uma política de boa vizinhança, a Milena convidou os sogros para jantar. Louças novas, vinho servido em taças de cristal, tudo como manda a Danuza Leão... Mas o mais difícil era a comida mesmo. Sem querer arriscar demais, escolheu fazer um salmão, purê de batatas, arroz e uma salada verde. Para resumir a história, o purê ficou sem sal, o salmão salgado demais e o arroz “queimou um pouco no fundo”, contou a Milena rindo...
Bem, deste dia em diante, vira-e-mexe aparecia a sogrinha na casa dela com uma comidinha para o filhinho... Aquilo a foi deixando extremamente irritada. Conversou com o marido, mas é claro, que ele não tomou nenhuma providência.
Algumas semanas depois, foi o aniversário de 60 anos do sogro... Família toda reunida, os irmãos do sogro, com os filhos, netos, genros... Uma festa de mais de 50 pessoas no sítio da família. Depois de umas (várias) cervejinhas, o marido dela começa a contar das comidas dela, fazendo graça e dando altas gargalhadas...
A Milena contou que se trancou no banheiro e chorou até cansar... Falou que se sentia primeiro muito humilhada e depois muito sacaneada, porque ele sabia o quanto ela estava se esforçando para aprender...
Ela então resolveu tomar uma decisão... Disse para o marido que estava de dieta e que só teriam salada, iogurte e frutas no jantar, todos os dias. E que quando ele quisesse jantar, que poderia ir comer na casa da mãe dele.
É claro que a sogrinha adorou a novidade, pois o marido ia à casa da mãe com maior freqüência. E como ele não vinha para casa cedo, ela começou a fazer academia. Em três meses, ela tinha emagrecido 4 kg e ele engordado os mesmos 4 kg.
Por onde iam, não havia quem não comentasse a diferença de peso dos dois... E era a vez dela de rir, falando que era a comida da sogra...
E as coisas assim continuaram por mais de um ano e isso os foi afastando... Perceberam que já não ficavam mais juntos. Tentaram até contratar uma empregada para cozinhar, para conseguirem jantar juntos, mas acabou não dando certo também...
Enfim, depois da separação, ela mora sozinha e que, sem ter a obrigação, a pressão e a comparação, acabou aprendendo a cozinhar maravilhosamente bem. Disse que até o ex adora a comida dela!!!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Horóscopo


Meu horóscopo de hoje diz que em 7 dias serão tomadas decisões estratégicas em assuntos legais, estudos, viagens ou publicações... Para mim essa é uma ótima notícia!!! Tenho assuntos de todos esses tipos para resolver. O difícil é conciliar tempo para fazer tudo isso... De qualquer forma, vou esperar e se eu realmente conseguir resolver essas coisas em 7 dias, vou escrever aqui.

terça-feira, 3 de março de 2009

Verônica Hoje


Está difícil escrever essa semana, pois estou participando de um seminario o dia inteiro e também tenho eventos à noite...
O bom disso é que Verônica está...

Bastante ocupada
Rodeada de muita gente interessante
Bem vestida, maquiada e perfumada

E, principalmente, fazendo muito sucesso!!!

domingo, 1 de março de 2009

Pequenos Prazeres


A vida de separada oferece pequenos prazeres. Esse final de semana meus filhos estão com o pai e eu estou sozinha. Como é bom ter um tempo só para a gente, sem ter hora para nada e sem ter que dar satisfação para ninguém!!!
Ontem passei praticamente o dia inteiro em casa. Acordei cedo e fui tomar um banho (rápido, porque sou absolutamente contra banhos longos e ecologicamente-incorretos).
Depois do banho fiquei um tempão passando meus cremes pelo corpo e fazendo as massagens do jeito certo em cada lugar para melhorar o efeito. Quando, na nossa corrida vida do dia-a-dia temos tempo para fazer isso? E por que quando estamos casadas não o fazemos? Quando eu era casada acho que eu nem tinha esses cremes... Mas a culpa não era do Tatá não. Acho que é mais por causa das crianças. Quando eles estão em casa, é bem comum ficarem no banheiro esperando meu banho acabar... E falam, falam....
Ai que bom um pouco de silêncio. Amo meus filhos e tenho um prazer enorme em ficar com eles, mas como é bom um pouco de sossego!!! O ritual do creme parecia uma cena de propaganda... Eu, sentada, calmamente, acariciando minhas pernas em círculos, barriga, braços. Passei também uma máscara no rosto, tive tempo de esperar secar para retirar, enfim... Curti muito esse momento.
Tomei um café da manhã calmo e delicioso, enquanto pensava nas coisas que eu tinha para fazer. Escrevi o post de ontem da Verônica com calma, pensando melhor no conteúdo e na forma... Essa história de ter um blog é uma coisa legal, mas têm dias que a gente simplesmente não está a fim de escrever e aí a inspiração não vem... Mas ontem, não. Demorei uma hora para escrever, reler, relembrar a mudança e lembrar de mil outras coisas que aconteceram para contar aqui depois...
Quando acabei, decidi lavar a louça. Eu tenho duas empregadas e rarissimamente faço trabalhos “do lar”. Resolvi colocar uma música. Chico Buarque. Amo o Chico Buarque. Inteligente, hábil com as palavras. A louça era pouca e eu queria continuar curtindo a música, então resolvi lavar a roupa também... Passei assim uma boa parte da manhã, cuidando da minha casa, com tranqüilidade e carinho.
Quando resolvi almoçar percebi que já eram quase duas horas da tarde. Geralmente prefiro ir ao shopping comer quando estou sozinha, mas ontem resolvi fazer uma comidinha. Fiz peito de frango com molho de páprica. Ficou maravilhoso. Ontem eu estava me sentindo extremamente em paz.
Passei a tarde trabalhando. O Tatá odiava quando eu resolvia trabalhar no final de semana. Mas eu amo demais o que eu faço. Como meu trabalho exige duas coisas difíceis, inspiração e concentração, aproveitei o momento... Não vi as horas passarem, tão absorta fiquei. De novo, quando me dei conta, já era noite fechada. Sentia-me muito feliz com o resultado do meu trabalho. Está ficando maravilhoso.
Aproveitei para responder também vários e vários e-mails pendentes, refazer meu orçamento pessoal para o ano, organizar minhas contas. Tudo isso em um único dia. Foi extremamente produtivo.
Não estava com muita fome e resolvi tomar apenas um lanche. Li a Veja inteira depois... Acho que não me lembro da última vez que eu consegui ler a Veja inteira... E muito menos, no sábado.
Fui dormir com uma sensação maravilhosa de trabalho cumprido, de paz de espírito, de tranqüilidade. Tantas coisas ruins ficaram no passado... choros, tristeza, até os chocolates ficaram no passado!!!
Não pude evitar de pensar... Será que vou querer, um dia, abrir mão dessa paz para ficar com alguém novamente? O dia de ontem jamais teria existido se eu estivesse alguém...