domingo, 15 de março de 2009

Tati & Portugal


A minha amiga Tati me contou que, depois da história do susto com o Marcelo que contei no dia 07 desse mês, ela ficou tão traumatizada que não queria mais ficar com ninguém... Seis meses depois, no entanto, durante um congresso acadêmico nos Estados Unidos, ela conheceu um português que também é doutor em química.
Disse que foi paixão à primeira vista. Um pequeno grupo que participava de uma das discussões decidiu fazer um almoço rápido e, como era o assunto de pesquisa dela e ninguém se conhecia, resolveu ir. Sentou-se ao lado do Cris, que é português, e acabaram se estendendo uns 15 minutos depois que os demais se foram. Ele era extremamente gentil e educado. Trocaram cartões. E um olhar.
A Tati disse que as atividades da parte da tarde demoraram horas para passar e ela ficou pensando no Cris... Será que o veria novamente? Isso era um mistério. Tentou desviar o pensamento, planejando visitar um museu antes de ir jantar.
Depois que as atividades acabaram, ela foi para o quarto, para ler os emails e tomar um banho antes de sair. Ficou surpresa ao perceber que o Cris havia mandado um email, convidando-a para jantar. Disse que ficou apavorada. Remexeu a mala toda, pensando se tinha levado alguma roupa mais adequada para um jantar... Respondeu o email aceitando, com o coração aos pulos.
Quando desceu ao saguão do hotel, no horário combinado, ele já estava lá esperando. Ela contou que o jantar foi engraçadíssimo, uma mistura de línguas. Ela não conseguia entender o que ele dizia em português e acabavam falando um misto de português e inglês. Ao contrário da tarde, a noite passou voando. Depois de saírem do restaurante, foram caminhando de volta ao hotel.
Então, o alarme interno de Tati começou a soar. Ai Meu Deus! E agora? O que vai acontecer? Ela disse que, além da lembrança do susto com o Marcelo, só conseguia pensar nos pés que latejavam em cima do salto altíssimo que tinha escolhido...
Quando chegaram de volta ao hotel, Cris agradeceu o jantar, fez muitos elogios a ela e apenas apertou sua mão demoradamente, sem tirar o olhar dos seus olhos. Tati disse que sonhou a noite inteira com um beijo daquele homem fascinante. Quem era ele? Será que era casado? Será que os homens casados em Portugal usam alianças, como no Brasil? Achava que sim, são católicos... Ele não usava. Mais mil dúvidas apareceram...
Na manhã seguinte aconteceriam as últimas atividades do congresso e o vôo dela era tarde da noite. Passou a manhã sem ver o Cris e almoçou sozinha depois que a última sessão se encerrou. Quando chegou ao quarto, para acabar de fazer as malas e sair, encontrou um bilhete debaixo da porta. Era o Cris convidando-a para ir ao museu à tarde. Fez as contas de quanto custaria ocupar o quarto mais meio-período e achou que valeria a pena...
Desta vez saiu de salto baixo, preparada para andar bastante. Ele chegou com duas garrafinhas de água. Visitaram o museu, conversaram (descobriu que ele era separado e que tinha duas filhas), pequenos toques acidentais aconteceram, ele comprou umas lembrancinhas para ela... e ela disse que se sentia uma adolescente. Afinal, ele a beijou no parque em frente ao museu... Tati disse que o beijo foi longo e apaixonado, como se já se conhecessem e aquela não fosse a primeira vez... Ela disse que o corpo inteiro reagiu, como se os circuitos desligados há seis meses tivessem sido religados de uma única vez na potência máxima. O desejo de estar com aquele homem era enorme. Podia sentir que a recíproca também era verdadeira. Mas as circunstâncias não permitiam...
Voltaram para o hotel de mãos dadas, desta vez mais pensativos... Ela disse que a despedida no saguão foi meio triste. Depois que voltou, trocaram alguns e-mails, falaram-se algumas vezes ao telefone, uma vontade enorme de estar juntos... Ele a convidou para ir a Portugal... Quem sabe...???

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