quarta-feira, 25 de março de 2009

O Terapeuta de Verônica


Como quase toda mulher que se separa, depois de um tempo, resolvi fazer terapia. Mas não queria um psicólogo que seguisse uma linha freudiana ou junguiana. Então escolhi um que usa a Gestalt, uma visão mais holística.
Fiquei quase um ano freqüentando a terapia. Era um alívio enorme ir ao consultório e desabafar todos os problemas profissionais, com as crianças, o Tatá, os ficantes, as duas casas para administrar, enfim, milhões de coisas.
A velocidade com que eu falava era enorme. Como se aquela uma hora semanal tivesse que render por 10. O meu terapeuta não falava muito. Geralmente falava nos últimos minutos e algumas vezes fazia alguma pergunta enquanto eu falava.
Não entendo até hoje como a terapia funciona e, para falar a verdade, nem se funciona. Às vezes fico com a sensação de que é apenas um grande desabafo. Não posso dizer que tive algum insight, ou que alguma ficha tenha caído de forma muito nítida. O meu terapeuta fez, sim, o papel da Rosa, a minha grande amiga do interior, com quem eu desabafava antes de mudar para SP.
Eu me dei alta sozinha, pouco antes do Natal. Achei que voltaria depois das férias... Mas já estamos praticamente em abril e eu não tive vontade e nem senti necessidade alguma de voltar.É claro que durante esse período tudo melhorou, mas acho que isso teria acontecido de qualquer maneira... A adaptação a qualquer circunstância é uma questão de tempo. Aliás, o que, nessa vida, não é uma questão de tempo?

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