sábado, 24 de janeiro de 2009

Fofocas e futricas


Quando eu me separei, eu morava numa cidade do interior paulista com menos de 100.000 habitantes e era uma pessoa bastante conhecida no bairro e no clube, principal área de lazer da cidade. Tínhamos dois carros e uma vida bastante movimentada e o vai-e-vem era constante em casa.
Não demorou muito para que os vizinhos reparessem que um dos carros não mais aparecia - e nem o dono. Até que um dia, D. Filomena apareceu em casa e perguntou ("na lata"): "Cadê o Tatá?". Eu expliquei que ele tinha ido embora e as pertuntas acumuladas a semanas na mente da futriqueira do bairro jorraram como um poço de petróleo recém-perfurado...
2 copos de água, 3 fatias de bolo e 2 cafés depois, já quase entrando no meu quarto para ver se havia alguma pista na "cena do crime", comecei a dar indícios de que já tinha dado depoimentos o suficiente naquela tarde...
Descobri naquele momento uma nova Lei de Murphi: os chatos do telemarketing nunca ligam quando você precisa!!! Ah, se eles ligassem naquele momento, acho que eu ficaria umas duas horas no telefone...
Como eu imaginava, dois dias depois da graciosa visita, eu já era o assunto do bairro... Alguns solidários, outros queriam apenas alimentar o assunto da semana, outros especulavam sobre o futuro... Aquele telefone sem fio foi crescendo e, no sábado daquela semana, durante uma caminhada, soube até das brigas, aos berros, das últimas semanas antes da separação... O único detalhe é que isso nunca aconteceu!!!

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